3 anos sem Marília Mendonça: relembre trajetória da Rainha da Sofrência
Considerada a "Rainha da Sofrência", a artista deixou um legado de sucessos e recordes, sendo uma das principais vozes do sertanejo e do movimento feminejo.
Por Plox
05/11/2024 08h27 - Atualizado há 16 dias
Marília Mendonça, com uma carreira que já superava a marca de uma década entre interpretações e composições, faleceu tragicamente em um acidente aéreo aos 26 anos, no dia 5 de novembro de 2021, data que completa três anos nesta terça-feira (5). Considerada a "Rainha da Sofrência", a artista deixou um legado de sucessos e recordes, sendo uma das principais vozes do sertanejo e do movimento feminejo.
Início da carreira
Ainda adolescente, Marília entrou em contato com Wander Oliveira, fundador da Work Show e seu primeiro empresário, apresentando uma coletânea autoral com dez músicas. "Para uma menina de 13 anos, era um fenômeno", recordou Oliveira em entrevista ao canal de YouTube de André Piunti. Ele então contratou a jovem como compositora, oferecendo-lhe um salário de aproximadamente R$ 3 mil.
Embora Oliveira tenha demorado a investir em sua carreira como cantora, o empresário descreve que, assim que Marília foi lançada, seu sucesso foi imediato e impressionante. Em um dos primeiros shows em Goiânia, ao cantar "Alô Porteiro", Marília foi tomada pela emoção, mas a plateia completou a música em coro, confirmando o potencial da jovem artista.
Ascensão no sertanejo
Marília Mendonça lançou seu primeiro EP em 2014, que trazia faixas como “Alô Porteiro” e “Sentimento Louco”. Em pouco tempo, ela já dividia parcerias com grandes nomes do sertanejo, como Henrique & Juliano e Gusttavo Moura & Rafael. Ao longo da carreira, lançou sete álbuns e 11 EPs, além de colaborar com artistas como Maiara e Maraísa — com quem integrou o projeto "Festa das Patroas" — e Anitta.
Além de sua voz, Marília era conhecida por seu talento como compositora. De acordo com dados de 2022 do Ecad, seu repertório contava com 335 obras e 444 gravações registradas. Sucessos como “Calma”, de Jorge & Mateus, e “É Com Ela Que Eu Estou”, de Cristiano Araújo, são algumas de suas composições interpretadas por outros artistas.
Reconhecimento e legado
Após sua morte, a obra de Marília Mendonça continuou a alcançar novos públicos. Três EPs intitulados “Decretos Reais” foram lançados com músicas gravadas antes do acidente, incluindo o sucesso “Leão”, em parceria com o rapper Xamã. A faixa se destacou em 2023, sendo uma das mais executadas em shows pelo país.
Em 2023, o álbum póstumo "Decretos Reais" venceu o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Sertaneja. Segundo Wander Oliveira, “a parte digital dela é uma das mais rentáveis”, e seu legado é mantido com projetos contínuos: "Esse vazio vai existir para sempre", disse o empresário, em referência à ausência de Marília no cenário musical.
A cantora segue como uma das artistas brasileiras mais influentes, com recordes de execuções em plataformas como Spotify e YouTube, onde seu trabalho mantém uma presença forte, refletindo a importância e o impacto de sua trajetória na música sertaneja.