Esquema de apostas envolvendo jogador do Flamengo leva PF a realizar operação em Minas e no Rio
Investigações apontam manipulação de cartões na Série A, com foco no atacante Bruno Henrique
Por Plox
05/11/2024 08h19 - Atualizado há 2 meses
A Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Distrito Federal, deu início nesta terça-feira (5) à operação Sport-fixing.
A ação investiga uma possível manipulação de apostas no Campeonato Brasileiro da Série A de 2023, concentrando-se no mercado de cartões durante uma partida entre Flamengo e Santos. De acordo com informações do portal G1, o principal alvo da operação seria o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, que foi expulso nos minutos finais do confronto realizado em novembro.
A operação envolve mais de 50 agentes da Polícia Federal e seis integrantes do Gaeco, que cumprem 12 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram emitidos pela Justiça do Distrito Federal e estão sendo cumpridos em várias localidades, incluindo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. Entre os alvos estão o centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, e a residência do jogador Bruno Henrique no Rio de Janeiro, além de locais ligados a familiares e amigos do atleta na região metropolitana de Belo Horizonte.
A investigação foi motivada por uma denúncia da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Relatórios de empresas especializadas em integridade de apostas, como a International Betting Integrity Association (IBIA) e a Sportradar, apontaram suspeitas de manipulação no mercado de cartões naquela partida específica entre Santos e Flamengo, realizada no estádio Mané Garrincha.
Segundo a Polícia Federal, parentes de Bruno Henrique e um grupo adicional de pessoas, ainda sob investigação, teriam feito apostas antecipando que o jogador seria advertido com um cartão. Durante o jogo, o atleta realmente recebeu a punição, o que gerou suspeitas e levou à inclusão de Bruno Henrique e dos apostadores na operação em curso.
O crime investigado é classificado como "incerteza do resultado esportivo", tipificado na Lei Geral do Esporte, com previsão de pena que pode variar de dois a seis anos de reclusão. A operação ocorre com a autorização do Ministro da Justiça e Segurança Pública, em função da repercussão nacional do caso e da necessidade de uma resposta uniforme diante das suspeitas de manipulação.