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Economia
Copom decide futuro da Selic, mantida no maior patamar desde 2006
Reunião do Banco Central avalia permanência da taxa de juros em 15% ao ano em meio a incertezas inflacionárias e projeções para 2025
05/11/2025 às 08:39por Redação Plox
05/11/2025 às 08:39
— por Redação Plox
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira para definir os próximos passos da Taxa Selic, atualmente em 15% ao ano — o maior patamar registrado desde julho de 2006. Essa é a penúltima reunião do colegiado neste ano, e a expectativa do mercado é de manutenção da taxa.
O Copom se reúne nesta quarta-feira para decidir se mantém a Taxa Selic em 15% ao ano
Foto: Agência Brasil
Selic permanece em patamar elevado
Desde setembro do ano passado, a taxa básica de juros sofreu sete aumentos consecutivos, chegando ao maior nível em quase duas décadas. Nas reuniões mais recentes, em julho e setembro, o Copom optou por não alterar a Selic. Segundo a ata da reunião de setembro, a decisão de manter a taxa em 15% ao ano poderá perdurar por um período prolongado.
No cenário internacional, fatores como a conjuntura econômica dos Estados Unidos e tarifas impostas pelo país vêm impactando mais intensamente a formação de preços no Brasil do que desafios estruturais internos. Ao mesmo tempo, segmentos como o de energia seguem exercendo pressão inflacionária, mesmo diante da desaceleração da economia.
Projeções para os juros e inflação
O boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central junto a analistas de mercado, aponta que a expectativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano pelo menos até o fim de 2025 ou início de 2026. A incerteza está no momento em que deverão ocorrer os primeiros cortes na taxa de juros.
O comportamento da inflação ainda é incerto. O IPCA-15 — prévia do indicador oficial — registrou 0,18% em outubro, acumulando alta de 4,94% em 12 meses, enquanto os preços dos alimentos caíram pelo quinto mês seguido. A divulgação do IPCA fechado de outubro está marcada para o dia 11.
Segundo o Focus, a estimativa de inflação para 2025 caiu para 4,55%, ante 4,8% há um mês. Esse percentual supera ligeiramente o teto da meta contínua definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% ao ano, mas pode chegar a até 4,5% por conta da margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual.
Entenda a função da Taxa Selic
A Selic serve de referência para todas as taxas de juros do país, sendo utilizada nas negociações envolvendo títulos públicos do Tesouro Nacional. Por meio de operações diárias de mercado aberto, o Banco Central trabalha para manter a Selic próxima do patamar definido pelo Copom, usando-a como principal instrumento de controle inflacionário.
Quando o Copom eleva a taxa, a intenção é conter o consumo aquecido e, assim, pressionar para baixo os índices de preços. Juros mais altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança, mas podem dificultar a expansão da economia. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, o que aquece a atividade econômica mas pode reduzir o controle sobre a inflação.
Além da Selic, as instituições financeiras consideram outros fatores, como inadimplência, despesas administrativas e margens de lucro, ao definir os juros repassados ao consumidor final.
Como funciona a decisão do Copom
O Copom é composto pela diretoria do Banco Central e se reúne a cada 45 dias. O processo de decisão sobre a Selic envolve dois dias: no primeiro, são realizadas apresentações técnicas sobre projeções e cenário econômico, e no segundo, o colegiado avalia possibilidades e define a taxa para o período seguinte.
Nova metodologia de meta para a inflação
Desde janeiro, entrou em vigor o sistema de meta contínua para inflação, em que a meta de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos, é acompanhada mês a mês com base na inflação acumulada em 12 meses. Os limites passam a ser de 1,5% a 4,5%. Essa mudança no cálculo permite avaliação mais dinâmica e contínua sobre o cumprimento das metas de inflação.
O último Relatório de Política Monetária do Banco Central, publicado em setembro, manteve a projeção de encerramento do IPCA em 2025 em 4,8%, mas ressalta que essa estimativa pode ser revisada conforme oscilações do dólar e da própria inflação.