O Partido Liberal (PL) enfrenta um cenário indefinido em Minas Gerais na preparação para as próximas eleições. O principal impasse está na definição do papel da legenda na corrida pelo governo do estado. Até o momento, o partido não lançou candidatura própria ao Executivo mineiro, nem formalizou alianças com lideranças de direita, como Mateus Simões (PSD) ou Cleitinho (Republicanos).

Influência de Bolsonaro e disputas internas

A dificuldade de comunicação direta com Jair Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar desde abril, acirra a incerteza interna. Apesar disso, a influência do ex-presidente continua determinante na escolha dos nomes que representarão o PL. Com vários interessados nas duas vagas ao Senado disponíveis para Minas, cresce a disputa interna.

Enquanto parte das lideranças do partido defende candidaturas próprias tanto ao governo estadual quanto ao Senado, outra parcela aposta em composições com outras legendas. Nesse contexto, possíveis nomes para o Legislativo federal tentam fortalecer suas pré-candidaturas e buscam o apoio de Bolsonaro.

Articulações em busca de apoio

Duas semanas atrás, o deputado estadual Cristiano Caporezzo se reuniu com Bolsonaro e anunciou publicamente ter recebido o aval para disputar uma das vagas ao Senado. Segundo Caporezzo, o ex-presidente teria afirmado que o PL lançaria dois mineiros à disputa.

O deputado federal Eros Biondini também avalia que candidaturas puramente partidárias serão prioridade desta vez. Por outro lado, o presidente estadual da sigla, Domingos Sávio, afirmou recentemente que a legenda indicará dois nomes, mas nem ambos, necessariamente, serão do PL.

Estratégias e possibilidades de composição

Segundo dirigentes do partido, a possibilidade de lançar dois candidatos próprios ao Senado não é descartada, porém, a experiência histórica sugere que composições seriam estratégicas. Um dos interlocutores afirmou que abrir mão de uma das cadeiras é considerado importante para fortalecer o partido na disputa pelo governo de Minas.

Outro interlocutor destacou que “no fundo, o PL quer apenas um candidato ao Senado”. Domingos Sávio revelou que Bolsonaro tem se mostrado “generoso” ao receber pré-candidatos interessados, mas ressaltou que ainda não há definição sobre os nomes que serão oficializados para a disputa.

De todos os políticos cotados para o Senado pelo PL, pelo menos três já visitaram o ex-presidente neste ano. O cenário segue em aberto, com expectativa para os próximos movimentos da legenda e possíveis composições no tabuleiro eleitoral de Minas Gerais.