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Por que granizo cai após ondas de calor? Entenda o fenômeno
Altas temperaturas aumentam a evaporação e favorecem a formação de nuvens capazes de produzir pedras de gelo, trazendo riscos e prejuízos em diversas regiões do Brasil
05/11/2025 às 11:42por Redação Plox
05/11/2025 às 11:42
— por Redação Plox
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Os episódios de chuva de granizo após períodos de calor intenso têm chamado atenção no Brasil, especialmente em meio a recentes ondas de calor que afetam o Sudeste e o Centro-Oeste do país. O fenômeno é resultado direto das condições atmosféricas extremas que se intensificam nesses períodos.
Granizo consiste na queda de pedras de gelo, geralmente com formato esférico, com diâmetro de 5mm ou mais, que podem ser transparentes ou translúcidas, se formando nas nuvens do tipo cumulunimbus.
Foto: Reprodução / Serra News.
O que é o granizo e como ele se forma
O granizo consiste em pedras de gelo originadas em nuvens com grande desenvolvimento vertical, conhecidas como cumulonimbus. Essas nuvens, frequentemente presentes durante tempestades, abrigam temperaturas abaixo de zero em seus topos, tornando-se o ambiente ideal para a formação do granizo.
Segundo a especialista Carine Gama, meteorologista da Climatempo, tempestades com granizo e ventos fortes são comuns após dias muito quentes devido à formação dessas nuvens. As cumulonimbus, ou “nuvens frias”, possuem porções em temperaturas negativas, fato que possibilita o congelamento das gotas de água em seu interior.
Em contraste, as chamadas “nuvens quentes”, que apresentam temperaturas acima de zero em toda a sua extensão, costumam causar chuvas intensas, mas não provocam nem raios, nem granizo — algo frequente no litoral do Nordeste, o que explica a menor incidência do fenômeno na região.
Por que o granizo cai após muito calor?
A explicação está na intensa movimentação atmosférica característica dos dias quentes. Quanto mais quente o dia, maior a evaporação de água da superfície, contribuindo para a formação dessas nuvens gigantescas e carregadas que originam o granizo. Dentro das cumulonimbus, a água evaporada sobe rapidamente e, ao encontrar camadas frias, congela e se torna pedra de gelo.
À medida que essas pedras crescem e ficam pesadas, as correntes de vento deixam de sustentá-las, provocando a queda em direção ao solo. No trajeto até a terra, parte do granizo pode derreter e perder massa, explicando porque o tamanho das pedras varia ao chegar ao chão.
Velocidade e impacto da queda
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), órgão dos Estados Unidos, informa que a velocidade de queda das pedras de granizo depende do tamanho, das condições do vento e das temperaturas locais. Os menores pedaços atingem o solo entre 15 km/h e 40 km/h, enquanto pedras maiores de tempestades intensas podem alcançar 120 km/h. Casos extremos, com pedras de diâmetro superior a 10 cm, podem ultrapassar 160 km/h, segundo a NOAA.
Consequências e riscos das tempestades de granizo
Tempestades acompanhadas de granizo podem causar consideráveis danos materiais em áreas urbanas e rurais, além de representar perigo para aeronaves. O fenômeno já trouxe consequências trágicas: em agosto passado, na Catalunha (Espanha), uma tempestade resultou em dezenas de feridos e até em morte, quando um bebê foi atingido por uma pedra de gelo.
O papel das mudanças climáticas
Com o aumento das temperaturas globais, os episódios de granizo vêm se tornando mais frequentes e severos em várias partes do mundo. Isso ocorre porque o ar mais quente intensifica a evaporação e aumenta o volume de umidade disponível para as tempestades. Assim, quando essa umidade atinge altitudes mais frias, favorece a formação de granizo.
Granizo em números
Nos Estados Unidos, chuvas de granizo são responsáveis, em média, por US$ 1 bilhão em prejuízos anuais a propriedades e plantações. O maior granizo registrado no país pesava cerca de 900 gramas e caiu em Dakota do Sul em 2010, medindo mais de 20 centímetros de diâmetro.