Aumento de preços em combustíveis e gás previsto para janeiro de 2024

A suspensão dos impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha, vigente desde 2022 no Brasil, está programada para terminar em 31 de dezembro. A partir de 1º de janeiro de 2024, espera-se um aumento nos preços destes produtos. Especialistas preveem um acréscimo de R$ 0,33 por litro no diesel e de cerca de R$ 0,17 por quilo no gás liquefeito de petróleo (GLP), exceto para o botijão doméstico de 13 kg, que permanece isento por decreto de 2021.

A zero tarifa dos impostos federais foi uma resposta à crise gerada pela guerra na Ucrânia e ao cenário eleitoral brasileiro, com uma extensão concedida pela nova gestão federal. A retomada dos impostos PIS/Cofins segue a linha do que já ocorreu com o etanol, a gasolina e o gás natural veicular (GNV) ao longo deste ano.

Diogo Santos, economista do Ipead, ressalta a importância da retomada dos tributos para a manutenção de serviços públicos essenciais, especialmente para famílias de baixa renda. Ele enfatiza que os recursos gerados são fundamentais para o fornecimento de saúde, educação e outros serviços públicos.

Impacto do Diesel na Economia

O diesel, embora menos utilizado em veículos de passeio, desempenha um papel crucial na economia brasileira. André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), explica que o aumento do preço do diesel afeta indiretamente o custo de vida, impactando o transporte de cargas e a produção agrícola, com reflexos em longo prazo nos preços ao consumidor.

Efeito nos Preços do Gás de Cozinha

A despeito da manutenção da isenção para os botijões de 13 kg, o aumento nos preços do GLP para embalagens maiores pode afetar indiretamente o consumidor. Menos de 30% dos consumidores utilizam botijões acima de 13 kg, mas o repasse deste custo adicional por bares e restaurantes pode elevar os preços da alimentação fora de casa, como aponta Diogo Santos.

Possível Aumento do ICMS em 2024

Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, alerta para um possível aumento do ICMS em fevereiro de 2024. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou um reajuste no valor de referência para a cobrança do imposto estadual, o que pode resultar em um acréscimo de R$ 2,04 por botijão.