Empresário de Alexandre Pires detido por ligação com garimpo ilegal em terras Yanomami
Matheus Possebon é preso em Santos após desembarcar de cruzeiro; Alexandre Pires investigado por recebimento de valores da mineradora
Por Plox
05/12/2023 13h58 - Atualizado há mais de 1 ano
A Polícia Federal prendeu Matheus Possebon, empresário do cantor Alexandre Pires, logo após desembarcar de um cruzeiro temático no porto de Santos, São Paulo. A prisão ocorreu na manhã de segunda-feira, em uma operação que também envolve Alexandre Pires, suspeito de ter recebido mais de R$ 1 milhão de uma mineradora sob investigação. O esquema investigado pela Polícia Federal relaciona-se com atividades de garimpo ilegal em terras indígenas Yanomami, movimentando aproximadamente R$ 250 milhões.

Matheus Possebon, que é executivo da Opus Entretenimento, uma empresa que organiza shows e gerencia carreiras de artistas renomados, foi levado para a delegacia junto com o cantor Alexandre Pires, que foi liberado após depoimento. A operação, denominada "Disco de Ouro", foi deflagrada também em outras localidades como Boa Vista, Mucajaí, São Paulo, Santarém, Uberlândia e Itapema, resultando no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão.
A Justiça determinou ainda o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos. Alexandre Pires, natural de Uberlândia, possui diversos imóveis, incluindo uma mansão avaliada em R$ 16 milhões em São Paulo e propriedades em Itapema e Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Após a operação, o cantor removeu o nome de Possebon de suas redes sociais.
A operação "Disco de Ouro" é um desdobramento de uma ação da Polícia Federal iniciada em janeiro de 2022, que apreendeu 30 toneladas de cassiterita extraídas ilegalmente da terra indígena Yanomami. O inquérito policial sugere um esquema de "lavagem" deste minério, declarado como proveniente de um garimpo regular no Rio Tapajós, mas que na realidade seria originário do estado de Roraima. As investigações continuam para desvendar toda a cadeia produtiva do esquema, incluindo a participação de pilotos, postos de combustíveis e lojas de equipamentos para mineração, bem como a presença de "laranjas" para encobrir movimentações fraudulentas.