Operação da PF desmantela esquema bilionário de contrabando de grãos
Megaoperação revela uso de criptoativos em transações ilegais totalizando R$ 3,5 bilhões
Por Plox
05/12/2023 09h35 - Atualizado há mais de 1 ano
A Polícia Federal do Brasil lançou nesta terça-feira (5) uma grande operação para desarticular um esquema criminoso envolvendo o contrabando bilionário de grãos, principalmente soja e milho, e agrotóxicos. Esta atividade ilícita, que movimentou cerca de R$ 3,5 bilhões em cinco anos, era conduzida através de portos clandestinos ao longo do Rio Uruguai e incluía a utilização de criptoativos para o pagamento de fornecedores internacionais.

Mais de 200 agentes federais foram mobilizados para executar 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão, concentrando-se em sua maioria no estado do Rio Grande do Sul. Medidas adicionais incluem o bloqueio de contas bancárias de indivíduos e empresas envolvidos, somando aproximadamente R$ 58 milhões, além do sequestro e confisco de bens de luxo, incluindo automóveis, imóveis e uma aeronave avaliada em R$ 3,6 milhões.
As investigações, iniciadas em 2022, identificaram que a organização criminosa era composta por três núcleos interconectados: os responsáveis pelos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores dos produtos contrabandeados e os operadores financeiros. Durante o período investigativo, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, resultando na prisão em flagrante de 11 pessoas e na apreensão de caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos.
O esquema também envolvia o uso de doleiros e empresas de fachada para realizar operações cambiais ilegais, visando burlar a fiscalização da Receita Federal. Duas empresas, particularmente, adquiriram R$ 1,2 bilhões em criptoativos para facilitar essas transações. A Polícia Federal ressaltou que a magnitude das mercadorias internalizadas e os valores empregados na evasão de divisas e lavagem de capitais foram fundamentais para o sucesso do esquema criminoso. Segundo a nota da PF, "toda a operação criminosa é amparada pela utilização de documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidos por empresas de fachada".