Empresas e 22 pessoas são denunciadas por venda de carne de animais doentes em Minas Gerais
Grupo é acusado de crimes como falsificação, maus-tratos a animais e comercialização de produtos impróprios, incluindo alimentos para merendas escolares.
Por Plox
05/12/2024 07h33 - Atualizado há 6 dias
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou duas empresas e 22 pessoas, entre proprietários, gerentes e responsáveis técnicos, por envolvimento em um esquema de comércio de carne de animais doentes. A denúncia foi apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça de Formiga e pela Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais.
A investigação, que resultou na operação Fort Summer, deflagrada em 18 de março, apontou irregularidades em frigoríficos na cidade de Formiga, no Centro-Oeste de Minas. Segundo o MP, carnes impróprias para consumo, com alto risco de transmissão de doenças, foram destinadas inclusive à merenda de escolas municipais.
Esquema envolvia falsificação e fraude em licitações
De acordo com a denúncia, os acusados adquiriam animais doentes e magros a preços baixos, realizavam abates clandestinos e vendiam a carne adulterada. Para "esquentar" os produtos de origem irregular, o grupo utilizava carimbos falsificados do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Além disso, promoviam manobras para dificultar a fiscalização e ofereciam os produtos a preços competitivos, o que lhes permitia vencer licitações para fornecimento de alimentos, como a merenda escolar.
O MP detalhou que os réus operavam em um modelo de gestão empresarial informal e criminoso. Cada empresa do esquema desempenhava funções específicas, como abate, beneficiamento ou distribuição. Sócios e funcionários atuavam conforme suas posições na estrutura empresarial, buscando vantagens econômicas por meio de práticas ilegais.
Crimes apontados na denúncia
O grupo foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, maus-tratos a animais, falsificação de selo público, falsidade ideológica e delitos contra a saúde pública, as relações de consumo e a administração ambiental.
O Ministério Público destacou que o esquema utilizava empresas como instrumentos para a prática dos crimes, mantendo uma estrutura coordenada e orientada para ganhos econômicos, ainda que comprometendo a saúde e a segurança dos consumidores.