Influencer brasileira relata agressão e invasão em hospedagem em Paris
Mineira e amigas foram vítimas de violência e negligência; crime envolveu sete homens armados e gerou críticas às autoridades locais e ao Airbnb.
Por Plox
05/12/2024 22h48 - Atualizado há cerca de 1 mês
A influencer mineira Marcela Carvalho, natural de Contagem, em Minas Gerais, viveu uma experiência traumática durante uma viagem a Paris. No dia 16 de novembro, um apartamento alugado por ela e três amigas via Airbnb foi invadido de forma violenta por sete homens armados, resultando em agressões físicas, ameaças e perdas materiais. O incidente ocorreu no final da estadia na capital francesa, às vésperas do retorno das turistas ao Brasil.
Invasão brutal e momentos de terror
O crime aconteceu por volta das 20h, em um imóvel localizado no quinto andar de um prédio com acesso restrito por senha. Segundo Marcela, a violência começou quando uma das amigas abriu a porta, acreditando ser outra colega. "Assim que ela abriu, foi recebida com socos. Os homens entraram gritando em francês, uma língua que não entendíamos. Eles estavam muito agressivos", relatou a influencer em suas redes sociais.
Durante o ataque, as vítimas foram ameaçadas com armas de fogo. Marcela e uma amiga foram levadas para um dos quartos, enquanto a terceira permaneceu na sala, onde também foi agredida. "Eles gritavam 'la plata, la plata', exigindo dinheiro. Rasgaram minhas roupas e nos machucaram. Foi desesperador. Quando vi uma bala cair no chão, percebi que a arma era real. Entrei em pânico", detalhou Marcela.
Enquanto tentavam proteger umas às outras, as mulheres foram brutalmente golpeadas com a coronha das armas. O terror terminou apenas quando o interfone do apartamento tocou, assustando os invasores, que fugiram levando bolsas de grife, celulares, o passaporte de uma das vítimas e cerca de 900 euros. Uma das amigas, que chegava ao local naquele momento, avistou os homens deixando o prédio e correu para prestar socorro às companheiras.
Falhas na assistência das autoridades e do Airbnb
Após o ataque, as vítimas procuraram ajuda da polícia francesa, mas relataram ter recebido tratamento insensível e preconceituoso. "Eles nos perguntavam por que estávamos ali, o que fazíamos no país, como nos mantínhamos. Parecia que queriam mudar o foco da investigação, nos tratando como suspeitas e não como vítimas", revelou Marcela.
Além disso, as turistas enfrentaram um processo de depoimento exaustivo, sendo mantidas por mais de 10 horas sem acesso a alimentos ou comunicação com familiares.
O Airbnb também foi alvo de críticas. De acordo com Marcela, a plataforma cancelou a reserva alegando questões de "segurança" e, dias depois, ofereceu hospedagem por apenas três noites em outro local. A solução foi considerada inadequada, já que as vítimas haviam perdido dinheiro e cartões de crédito durante o assalto.
Desamparo do consulado brasileiro
A busca por suporte no consulado brasileiro também não atendeu às expectativas. Marcela contou que, ao pedir ajuda, foi orientada a enviar um e-mail e que o acolhimento foi mínimo. "Depois de muita insistência, me permitiram escrever uma carta à mão contando o que aconteceu. Foi só isso. Não houve retorno nem suporte", afirmou a influencer.
Trauma persistente e impacto psicológico
De volta ao Brasil, Marcela revelou que continua enfrentando o impacto psicológico do crime. "Acordo assustada com barulhos e revivo o pânico. O que era para ser uma viagem de sonhos virou um pesadelo. É um assunto que mexe muito com o meu psicológico, que ainda está me afetando bastante. Eu quase perdi minha vida em Paris", desabafou.