O Censo 2022 identificou 12.348 favelas e comunidades urbanas distribuídas pelo país, onde vivem 16.390.815 pessoas — o equivalente a aproximadamente 8% da população brasileira.
Divulgado pelo IBGE, o levantamento traz um diagnóstico atualizado sobre infraestrutura, mobilidade e condições urbanas desses territórios e apresenta a primeira grande mudança metodológica desde os anos 1990.
A nova classificação substitui o termo antes usado pelo instituto, “aglomerado subnormal”, por “favelas e comunidades urbanas”, redefinindo o olhar sobre esses espaços. A abordagem atual foca o desenho das vias, a circulação interna, a mobilidade dos moradores e o entorno imediato, aspectos pouco explorados nos censos anteriores.
Estudo mapeia as condições de mobilidade, pavimentação, iluminação e drenagem
Foto: Reprodução / Agência Brasil.
Os dados do Censo apontam forte heterogeneidade entre as regiões do país. Em comunidades como Rocinha, Heliópolis, Paraisópolis, Terra Firme, Ibura e Cidade de Deus, a combinação de circulação limitada e vias estreitas dificulta o transporte público e restringe a entrada de ambulâncias, caminhões de coleta e veículos de emergência.
Em grande parte da Região Norte e em áreas densas do Nordeste, problemas de drenagem e pavimentação afetam diretamente o deslocamento diário. Escadarias, becos, rampas e ruas sem calçada formam redes internas complexas, ampliando o desafio da mobilidade em áreas de alta concentração populacional.
A iluminação pública também apresenta grande variação. Há comunidades em que trechos bem iluminados se alternam com vias escuras, e a dispersão das estruturas de serviço interfere tanto no cotidiano quanto na segurança de quem vive nesses locais.
Assim como em levantamentos anteriores, as regiões metropolitanas seguem concentrando as maiores áreas de urbanização precária. Rio de Janeiro, São Paulo, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador e Manaus aparecem entre os principais polos de favelas e comunidades urbanas de grande porte.
Essas ocupações se espalham por encostas, vales, várzeas e margens de rios, reforçando padrões históricos de vulnerabilidade territorial. Embora muitos desses espaços apresentem vida interna intensa — com centros comerciais, atividades culturais e redes econômicas próprias — o estudo indica que a infraestrutura básica das vias permanece como ponto crítico para formulação de políticas urbanas.
Apesar de tanto o Censo 2010 quanto o de 2022 abordarem áreas de urbanização precária, a mudança metodológica adotada mais recentemente impede comparações diretas entre os dois estudos.
O levantamento de 2010 utilizava o conceito de “aglomerado subnormal”, que reunia favelas, palafitas, grotas, baixadas, ressacas e outros assentamentos irregulares, definidos sobretudo por critérios de ocupação e precariedade fundiária.
Já o estudo de 2022 adota um recorte territorial distinto, voltado ao entorno físico, à estrutura das vias e à mobilidade interna. As definições não são equivalentes e, por isso, números absolutos, proporções populacionais e quantidades de domicílios dos dois períodos não podem ser comparados.
Segundo o IBGE, a única forma de aproximação entre os censos está em tendências gerais, como a concentração das favelas em grandes metrópoles e a permanência de ocupações em áreas de risco — padrões que atravessam a década e aparecem nos dois levantamentos.
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