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Polícia
Doações para vítimas da enchente no RS são desviadas e vendidas em brechós, diz MP
Operação Ascaris, do Gaeco/MPRS, apura desvio de donativos enviados dos EUA e de empresas da Serra gaúcha; oito são investigados e R$ 2 milhões foram bloqueados
05/12/2025 às 08:41por Redação Plox
05/12/2025 às 08:41
— por Redação Plox
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Doações enviadas dos Estados Unidos para auxiliar famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 teriam sido desviadas e revendidas em brechós da Serra gaúcha, segundo o Ministério Público do estado. A suspeita de desvio foi o alvo da Operação Ascaris, deflagrada nesta quinta-feira (4/12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRS).
Doações foram parar em brechós
Foto: Ministério Público
As investigações indicam que roupas, fraldas e utensílios enviados tanto dos EUA quanto por empresas da Serra gaúcha foram encaminhados a uma ONG, mas, em vez de chegarem às famílias desabrigadas, acabaram sendo comercializados. Os produtos, que deveriam ser doados, teriam sido transformados em fonte de lucro.
Esquema de lavagem de dinheiro e uso de “laranjas”
O Ministério Público aponta indícios de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, com utilização de “laranjas” e recebimento de valores via Pix em nome de terceiros. Parte do montante obtido com as vendas suspeitas teria sido usada para a compra de veículos, um apartamento e outros bens.
O interesse público é muito superior ao interesse individual dos investigados, que se aproveitaram da dor das pessoas para obter vantagem patrimonial”, afirmou o promotor Manoel Figueiredo Antunes, responsável pela investigação. Segundo ele, parte dos suspeitos chegou a divulgar ações solidárias nas redes sociais durante as enchentes.
Manoel Figueiredo Antunes
Mandados, bloqueio de valores e prisões em flagrante
A Operação Ascaris cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Caxias do Sul, São Marcos e Boa Vista do Sul. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 2 milhões em contas bancárias.
Ao todo, oito pessoas — três delas da mesma família — e uma empresa são investigadas. Durante as diligências, duas pessoas foram presas em flagrante por vender medicamentos proibidos junto com as roupas que deveriam ter sido doadas.
Caixas apreendidas voltarão a ser doadas
No total, 70 caixas de produtos originalmente destinados às vítimas das enchentes foram apreendidas. Entre os itens recolhidos estão mamadeiras, roupas e escovas de dente. Após autorização judicial, esses materiais deverão ser encaminhados novamente para doação.
Denúncia partiu de alerta internacional
A investigação teve início após uma denúncia enviada ao Consulado-Geral do Brasil em Miami. O órgão foi informado sobre a venda de roupas importadas — algumas de marcas conhecidas — que deveriam ter sido entregues às pessoas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
O alerta internacional expôs que parte da ajuda humanitária enviada do exterior pode ter sido desviada antes de chegar ao seu destino.
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