O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a sinalizar que não pretende medir forças com a família Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026. Ao comentar a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) ao Palácio do Planalto, ele reforçou que seu alvo principal continua sendo o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em publicação nas redes sociais, Zema relatou uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro ao anunciar sua própria pré-candidatura e defendeu a existência de mais de um nome da direita no primeiro turno.

Quando anunciei minha Pré-candidatura ao presidente Jair Bolsonaro ele foi claro: múltiplas candidaturas no primeiro turno ajudam a somar forças no segundo. Então, faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à Presidência. É justo e democrático.

Romeu Zema

Ao mesmo tempo em que reafirmou seu caminho próprio, o governador mineiro deixou claro que acompanha com atenção a movimentação do campo bolsonarista e procura não transformar Flávio Bolsonaro em adversário direto, apesar da disputa pelo mesmo eleitorado de direita.

Zema reforça foco em derrotar o PT em 2026

Na mesma manifestação, Zema afirmou que pretende manter o alinhamento com o projeto político da direita nas eleições presidenciais. Ele prometeu se manter solidário à escolha que for feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso e inelegível, destacando que o objetivo comum é remover o PT do comando do país.

Segundo o governador mineiro, a prioridade em 2026 será derrotar o partido do atual presidente, e ele reafirmou que estará engajado nesse propósito até o fim, preservando pontes com diferentes segmentos da direita.

Relação turbulenta com os filhos de Bolsonaro

A tentativa de conciliação, porém, contrasta com episódios recentes de tensão entre Zema e integrantes da família do ex-presidente. Em agosto, quando confirmou sua pré-candidatura ao Planalto, o mineiro se tornou alvo de ataques de Carlos e Eduardo Bolsonaro, que reagiram à movimentação de governadores de direita interessados em disputar a sucessão de Lula.

Carlos Bolsonaro, em especial, endureceu o tom contra esse grupo de líderes regionais, incluindo Zema, ao acusá-los de se afastar da base bolsonarista e de agir por conveniência eleitoral. Em suas críticas, ele atacou governadores de direita que se apresentam como alternativa nacional e que, na visão dele, buscam apenas ocupar o espaço político deixado pelo pai.

Na ocasião, Zema optou por não ampliar a crise e adotou uma postura de distensionamento. Assim como agora, ele evitou respostas diretas às provocações vindas dos filhos de Jair Bolsonaro e buscou minimizar o embate público, tentando preservar a possibilidade de composição futura no campo da direita.