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Polícia
Vereador exibe R$ 100 mil em plenário e denuncia compra de voto em eleição da Câmara de Mercês (MG)
Durante votação transmitida ao vivo que definiu a Mesa Diretora de 2026 em Mercês, na Zona da Mata mineira, vereador mostrou pacotes de dinheiro e afirmou ter recebido R$ 100 mil de empresário para vender voto; Polícia Civil e Ministério Público investigam possível crime de corrupção.
05/12/2025 às 18:17por Redação Plox
05/12/2025 às 18:17
— por Redação Plox
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Uma denúncia de suposta compra de voto feita ao vivo no plenário da Câmara Municipal de Mercês, na Zona da Mata mineira, levou a Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a abrirem investigação sobre o caso. Durante a sessão que escolhia a nova Mesa Diretora para 2026, o vereador Marcelio Estevam Teixeira, conhecido como Marcelo Moto Som (Mobiliza), afirmou ter recebido R$ 100 mil de um empresário e dono de posto de combustíveis da cidade para votar no candidato indicado por ele, o vereador José Ivanio de Oliveira (PSD). A cena ocorreu na sessão de terça-feira (2) e foi transmitida oficialmente pela Câmara em uma rede social, registrando o momento em que o parlamentar retira da bolsa vários maços de dinheiro. Confira a denúncia na Live.
A votação tinha peso político extra porque o presidente eleito da Câmara deverá também assumir, de forma interina, a Prefeitura de Mercês, já que o prefeito eleito, Donizete Calixto (Mobiliza), não pôde tomar posse em razão de uma pendência judicial ainda em análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vereador denunciou ter recebido dinheiro para direcionar voto na eleição para Presidência da Câmara em Mercês
Foto: Polícia Militar / Divulgação
Dinheiro exibido em plenário e ação da Polícia Militar De acordo com o relato de Marcelio à PM, ele teria recebido R$ 100 mil horas antes da votação — sendo R$ 50 mil em espécie e R$ 50 mil em cheque — do empresário Calixto Domingos Neto. O objetivo seria garantir o voto no candidato defendido pelo empresário para a presidência da Câmara. Segundo o registro, o vereador relatou ainda que, há cerca de dois meses, vinha “sendo procurado e assediado” pelo empresário e por outras pessoas para que direcionasse o voto na disputa pela Mesa Diretora. Ele disse possuir vídeos e áudios que comprovariam a entrega do dinheiro.
A presidente da Câmara, Rosimeire das Merces Costa (Avante), acionou a Polícia Militar, conforme o Registro de Evento de Defesa Social (Reds). Os militares foram ao local para apreender o dinheiro, e o material foi recolhido.
O Reds também descreve que a intenção seria “beneficiar determinados indivíduos para eventual assunção da Prefeitura Municipal, na hipótese de o prefeito eleito não reverter sua situação jurídica, fazendo com que o presidente da Câmara eleito pudesse assumir o cargo de prefeito interino”.
Conforme o boletim, o grupo ao qual o vereador se refere demonstraria insatisfação com a atual gestão do prefeito interino. O empresário citado, proprietário do posto que fornece combustível para a Prefeitura tanto na administração passada quanto na atual, teria permanecido na Câmara durante parte da votação e deixado o local logo após a denúncia. Embora Calixto Domingos Neto seja irmão do prefeito eleito impedido de tomar posse, os dois são descritos como adversários políticos.
Dinheiro supostamente recebido por vereador em Mercês foi apreendido pela PM
Foto: Polícia Militar / Divulgação
Inquérito e atuação do Ministério Público
O caso passou a ser apurado pela Polícia Civil de Mercês, em inquérito instaurado pelo delegado Arthur Simões. O Ministério Público de Minas Gerais determinou o envio de ofício à autoridade policial, requisitando a abertura formal da investigação para apurar eventual crime de corrupção.
Ao g1, a advogada Leury Oliveira, que faz a defesa de Marcelio, informou que o fato foi registrado na Polícia Militar para a devida investigação. A reportagem também tentou contato com o empresário apontado pelo vereador como responsável pela oferta de dinheiro, Calixto Domingos Neto. A ligação foi atendida por outra pessoa, que informou que ele não se pronunciaria.
Disputa pela Mesa Diretora e impacto na Prefeitura
A eleição na Câmara de Mercês definirá quem vai comandar o Legislativo a partir de 2026, mas também tem reflexo direto no Executivo municipal. Se a situação jurídica do prefeito eleito não for revertida, o presidente da Câmara assumirá a Prefeitura interinamente.
Apesar da denúncia em plenário, a votação seguiu e elegeu José Elizio Ribeiro Coelho (PSD) como presidente da Câmara e o próprio Marcelio, autor da denúncia, como vice-presidente. Ambos tomarão posse na Mesa Diretora em 1º de janeiro de 2026.
Na hipótese de o impasse jurídico em torno da candidatura de Donizete Calixto permanecer, José Elizio deverá ser nomeado prefeito interino, enquanto Marcelio assumirá a presidência do Legislativo.
Pendência no TSE mantém prefeito eleito fora do cargo
Nas eleições municipais de 2024, Donizete Calixto concorreu com a candidatura indeferida, mas amparada por recurso pendente. O processo segue em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral.
No fim de novembro, o caso estava pautado para julgamento em sessão do TSE, mas houve pedido de vista do ministro André Mendonça, que solicitou mais tempo para analisar o processo. Segundo a defesa de Donizete, o julgamento só deve ser retomado no próximo ano.
Procurado, o TSE informou que não se manifesta sobre casos que ainda estão em análise pela Corte.
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