Conflito entre Estados Unidos e Irã deixa mundo em alerta
Tensões no Oriente Médio se acirraram após assassinato de líder iraniano a mando dos Estados Unidos
Por Plox
06/01/2020 10h41 - Atualizado há mais de 5 anos
Líderes do Irã afirmaram neste domingo (5) que o país, localizado no Oriente Médio, não respeitará mais o acordo nuclear firmado em 2015.
O anúncio foi feito após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional do país islâmico. Após o assassinato, em um ataque aéreo dos Estados Unidos, do general Qassem Soleimani, nesta quinta-feira (2), morto em Bagdá, os iranianos prometeram “vingança”.
Soleimani era considerado o líder militar mais importante do Irã. Para os Estados Unidos, ele era um terrorista. Sua morte, a mando do presidente Americano Donald Trump, fez aumentar as tensões no Oriente Médio.
As ameaças de ambos os lados de disposição de aumentarem o nível dos ataques tem deixado o mundo em alerta, pelo receio de uma nova guerra.
O Irã apoia e mantém grupos armados, que já assumiram vários ataques terroristas. O medo se torna maior pelo fato do país possuir armamento nuclear e ter defensores que propagam a ideia de estarem dispostos a morrerem por suas causas.
Em 2018, o presidente americano anunciou que os Estados Unidos deixariam naquele momento o tratado nuclear.
Em meados de 2019, Behruz Kamalvandi, o porta-voz da Organização da Energia Atômica do Irã, anunciou em uma entrevista coletiva que o país estava "totalmente preparado para enriquecer urânio a qualquer nível e com qualquer quantidade".
A iminência de um conflito armado e o receio do uso de armamento atômico leva receio à comunidade internacional.
Ameaças
Nesta segunda-feira (6), a filha de Qassem Soleimani discursou durante o funeral, para uma multidão, em uma faculdade de Teerã e, em tom de ameaça, disse que a morte de seu pai "trará dias mais escuros" para os Estados Unidos e Israel.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O líder religioso, aiatolá Ali Khamenei, liderou a homenagem ao militar assassinado. Em torno da universidade, muitas pessoas carregavam cartazes com fotos de Soleimani.
"Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá, após a morte do militar, por um drone dos Estados Unidos.
Uma base militar que abriga americanos no Iraque e a Zona Verde de Bagdá, onde ficam as embaixadas, perto da representação dos EUA, foi atingida por foguetes no sábado e no domingo.
Algumas lideranças mundiais afirmam que a decisão dos Estados Unidos de matar o líder militar iraniano pode dar início a uma guerra. Já o presidente Donald Trump garante que o assassinato do iraniano teve como objetivo impedir ataques terroristas."Atuamos ontem à noite para parar uma guerra, não tomamos medidas para iniciar uma guerra", disse Trump logo que o mundo tomou conhecimento da morte de Soleiman.
Sobre as ameaças, pelo Twitter, Trump disse que pode revidar "talvez de forma desproporcional". Foto: Andrea Hanks/Casa Branca
Alemanha e Rússia
Em uma entrevista coletiva de rotina, em Berlim, Steffen Seibert, porta-voz do governo alemão informou, nesta segunda-feira (6), que Angela Merkel e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúnem em Moscou, no próximo sábado (11).
A crise entre Estados Unidos e Irã será o tema principal do encontro.
Para o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, o que as principais potências ocidentais fizeram para reconstruir o Iraque e amenizar os níveis de tensão do Oriente Médio "corre o risco de se perder, se a situação continuar evoluindo desta maneira".
O chanceler também comentou as declarações do Irã de que fará o beneficiamento do urânio (produto atômico) sem respeitar acordos internacionais. “Definitivamente voltaremos a conversar com o Irã. O que foi anunciado, entretanto, não é condizente com o acordo", disse.