Tecnologia chinesa cria esponja que elimina micropartículas de plástico da água

Inovação promete revolucionar o combate à poluição por plásticos com material inteligente e sustentável.

Por Plox

06/01/2025 08h18 - Atualizado há 2 meses

Pesquisadores da Ocean University of China, liderados por Jianxin Fu, criaram uma esponja sintética que pode absorver micro e nanopartículas de plástico, marcando um avanço significativo no combate à poluição. De acordo com um estudo publicado no Journal of Hazardous Materials, a invenção mostrou eficácia impressionante, removendo entre 60% e 90% dos plásticos em testes realizados em diferentes meios, como água potável, água do mar e até sopas.

Foto: Pixels/ Reprodução)

Funcionamento inovador
A esponja é feita a partir de amido, gelatina e quitosana – um suplemento natural extraído de crustáceos – e utiliza propriedades eletrostáticas para capturar partículas de plástico. Ela pode operar de várias maneiras, desde flutuar na água até ser manipulada em processos de limpeza específicos. A estrutura porosa do material pode ser ajustada com base na temperatura, permitindo que ela absorva partículas de diversos tamanhos.

Inspirada na capacidade das ostras de filtrar alimentos da água, a esponja também possui características biodegradáveis, embora o processo de fabricação atual ainda utilize formaldeído, uma substância tóxica. Os cientistas buscam alternativas menos nocivas para aprimorar o protótipo antes de torná-lo viável para produção em larga escala.

Impactos ambientais dos plásticos
A contaminação por plástico atinge proporções alarmantes, com milhões de toneladas sendo despejadas nos oceanos anualmente. Um estudo do Plymouth Marine Laboratory prevê que, até 2050, os plásticos nos oceanos podem superar o peso de todos os peixes.

Os danos causados incluem estrangulamento e ingestão acidental por animais marinhos, destruição de ecossistemas frágeis, como recifes de coral, e introdução de substâncias químicas tóxicas na cadeia alimentar. Para humanos, a ingestão de micropartículas, seja pela alimentação ou respiração, está associada a problemas hormonais, imunológicos e neurológicos.

Potencial no combate à poluição
Uma vez finalizada, a esponja pode se integrar a outros métodos já utilizados, como filtros de carbono e areia, para tratar esgoto e reduzir o plástico nos oceanos. Os cientistas alertam que é essencial impedir que partículas de plástico alcancem grandes corpos d’água, pois a limpeza se torna muito menos eficaz e causa contaminação generalizada de espécies marinhas e vegetais.

Essa inovação traz esperanças de mitigar um dos maiores desafios ambientais do século, mas ainda depende de avanços tecnológicos e da conscientização sobre a gravidade da poluição por plásticos.

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