O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira (6), que os brasileiros evitem comprar produtos considerados caros para forçar a redução dos preços nos supermercados. A declaração foi feita durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, em meio ao cenário de alta nos preços dos alimentos.

Boicote como estratégia

Lula afirmou que o próprio povo tem um papel fundamental no controle da inflação alimentar e destacou a importância da consciência do consumidor na formação dos preços.

– Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tivesse a consciência e não comprar (sic) aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano. Esse é um processo educacional que nós vamos ter que fazer com o povo brasileiro – declarou.

Governo otimista com solução da inflação

Demonstrando confiança na recuperação econômica, o petista garantiu que seu governo está empenhado em resolver a questão da inflação dos alimentos e minimizou as preocupações com o problema.

– Estou convencido de que a gente vai resolver esse problema logo, logo – disse Lula.

Sugestão de trocar alimentos já havia sido mencionada

A recomendação de Lula segue a mesma linha de uma sugestão feita anteriormente por Rui Costa, ministro da Casa Civil. Em janeiro, ao comentar sobre a possibilidade de reduzir o imposto de importação de alimentos caros, Costa afirmou que a população poderia substituir a laranja por outra fruta caso os preços estivessem elevados.

– O preço internacional está tão caro como aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir. Em vez da laranja, [pode-se comer] outra fruta. Porque, não adianta você baixar a alíquota, porque não tem produto lá fora para colocar aqui dentro. Então focaremos, evidentemente, no produto que estiver mais barato lá fora – disse o ministro.

A declaração de Lula reforça a postura do governo de incentivar a adaptação do consumo como alternativa para enfrentar o aumento dos preços, em vez de medidas diretas para contenção da inflação.