Cacique Merong Kamakã é sepultado em Brumadinho apesar de proibição Judicial

Polícia Federal decide não intervir no sepultamento para evitar conflitos, enquanto Vale contestava decisão.

Por Plox

06/03/2024 10h44 - Atualizado há 8 meses

Durante a madrugada desta quarta-feira (6), o cacique Merong Kamakã foi enterrado nas terras do Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho, Minas Gerais, desafiando uma decisão judicial que proibia o sepultamento naquela área, disputada pela mineradora Vale e o grupo indígena liderado pelo cacique. A decisão contrária ao sepultamento havia sido deferida pela juíza Geneviève Grossi Orsi, da 8ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte, que ordenou a mobilização de forças policiais para garantir o cumprimento da ordem. No entanto, a Polícia Federal, ao receber a decisão, expressou preocupações operacionais e potenciais conflitos, optando por solicitar uma revisão urgente da medida ao plantão judiciário.

O juiz federal plantonista, Flávio da Silva Andrade, manteve a decisão anterior, mas reconheceu a complexidade da situação, permitindo que a PF ajustasse sua abordagem operacional. Apesar das determinações judiciais, a comunidade indígena procedeu com o sepultamento, alegando não ter sido notificada formalmente da decisão que proibia o ato.

A advogada Lethícia Reis, representando o cacique, defendeu que a comunidade agiu sem conhecimento da proibição e considera que, após o sepultamento, a questão judicial perde objeto. A Vale, por outro lado, se recusou a comentar a decisão judicial publicamente, indicando que se manifestará somente no âmbito do processo. A Polícia Federal afirmou que, prevendo o desdobramento dos eventos, mobilizou suas equipes desde a meia-noite, garantindo o cumprimento da ordem judicial assim que foi notificada na manhã seguinte

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