Justiça concede liberdade a Cristian Cravinhos, condenado pelo caso Richthofen

Decisão permite que ele cumpra o restante da pena em regime aberto; MP se manifestou contra a progressão

Por Plox

06/03/2025 11h16 - Atualizado há 19 dias

Cristian Cravinhos, condenado em 2006 a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, foi solto na noite desta quarta-feira (5) após uma decisão da Justiça. A medida permite que ele cumpra o restante da pena em regime aberto.



Imagem Foto: Reprodução


A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais de São José dos Campos (SP), concedeu a progressão da pena com base na boa conduta carcerária de Cravinhos. Segundo a magistrada, ele cumpriu o prazo legal para a mudança de regime, não registrou faltas disciplinares nos últimos 12 meses e teve avaliação positiva em exame criminológico.


O laudo elaborado pela equipe multidisciplinar apontou que o detento atendia aos requisitos para o benefício, destacando seu retorno dentro do prazo em todas as saídas temporárias anteriores. Com isso, ele deixou a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior paulista, onde estava preso.



Apesar da decisão favorável, o Ministério Público se manifestou contra a progressão. Em janeiro, o promotor Gustavo José Pedroza Silva argumentou que um teste psicológico aplicado a Cravinhos revelou traços de personalidade disfuncionais, como rigidez emocional e controle excessivo. O exame também apontou que ele tem dificuldades em se identificar com normas sociais e apresenta uma visão da realidade centrada em sua própria perspectiva, sem empatia pelos outros.


O parecer do MP, no entanto, não foi suficiente para impedir a concessão do benefício.



Agora, sob as condições do regime aberto, Cristian Cravinhos deve seguir uma série de regras para manter a liberdade. Ele precisa comparecer à Justiça a cada três meses para relatar suas atividades, manter uma ocupação lícita e respeitar um horário específico: pode sair para o trabalho a partir das 6h e deve retornar para casa até as 22h. Além disso, está proibido de frequentar bares e casas de jogos, assim como mudar de endereço ou cidade sem autorização judicial.


Essa não é a primeira vez que Cravinhos consegue a progressão para o regime aberto. Em 2017, ele recebeu o benefício, mas perdeu o direito um ano depois, ao tentar subornar policiais após ser acusado de agredir uma mulher em Sorocaba (SP). Pelo crime de corrupção ativa, foi condenado a mais quatro anos e oito meses de prisão, retornando ao regime fechado.



Com a nova decisão da Justiça, ele volta a cumprir pena fora da prisão, sob regras rígidas e supervisão judicial.


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