Pedido de tornozeleira eletrônica para Bolsonaro é protocolado por deputado de MG

Rogério Correia (PT-MG) solicita ao STF e à PGR medidas para impedir que Bolsonaro deixe o país

Por Plox

06/03/2025 11h01 - Atualizado há 21 dias

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) receberão, nesta quinta-feira (6), uma representação protocolada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar solicita medidas para evitar que Bolsonaro deixe o Brasil enquanto responde a inquéritos na Suprema Corte.


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No documento, Correia pede que a Justiça determine o uso de tornozeleira eletrônica para o ex-presidente e o impeça de se aproximar de embaixadas. Além disso, o deputado defende que Bolsonaro só possa sair de Brasília com autorização do STF. Ele afirma que há indícios de uma articulação para que Bolsonaro deixe o país e busque apoio da extrema-direita internacional.


“Eu acho que eles estão preparando a fuga. Ele é muito covarde para ficar aqui. Se ele quisesse se defender, estava falando da inocência dele, e não de anistia, como ele está pedindo. Eu acho que a estratégia dele é fugir, se juntar com a extrema-direita mundial e fazer agitação contra o Brasil”, declarou Correia. O deputado cita a movimentação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos como um possível sinal dessa articulação.



A preocupação com uma possível fuga não é nova. Em fevereiro de 2024, a Polícia Federal apreendeu o passaporte de Bolsonaro, limitando sua mobilidade internacional. Já no início de 2025, o ex-presidente tentou reaver o documento para comparecer à posse de Donald Trump nos EUA, mas teve o pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes. O magistrado justificou a decisão afirmando que ainda há risco de Bolsonaro tentar deixar o país.


“O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal”, escreveu Moraes em sua decisão.



A ofensiva da bancada do PT contra a família Bolsonaro também mira Eduardo Bolsonaro. Na última quinta-feira (27), Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu à PGR a abertura de uma investigação criminal contra o deputado federal, alegando que ele estaria conspirando contra o Brasil. Além disso, Farias solicitou a apreensão do passaporte de Eduardo.


Antes disso, Gleisi Hoffmann (PT-PR), que tomará posse como ministra das Relações Institucionais, apresentou uma denúncia contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara, acusando-o de quebra de decoro parlamentar. Segundo Gleisi, Eduardo violou os deveres do cargo ao atacar instituições e membros do STF.


Na terça-feira (4), Michelle Bolsonaro também entrou na mira do grupo. Lindbergh Farias encaminhou ofícios à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria-Geral da União pedindo informações sobre possíveis investigações contra a ex-primeira-dama.


O pedido de tornozeleira eletrônica para Bolsonaro, protocolado por Rogério Correia, não é inédito. Em fevereiro, o ex-ministro Paulo Pimenta (PT-PR) já havia solicitado que a PGR tomasse essa medida junto ao STF.


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