Dois aviões colidem com aves em menos de uma hora em Guarulhos

Dois aviões da companhia aérea Latam colidiram com pássaros durante o pouso no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, neste sábado (5). Os episódios aconteceram em um intervalo de menos de 50 minutos.

Foto: Divulgação Latam

Apesar dos incidentes, ambas as aeronaves conseguiram pousar em segurança, sem que houvesse risco para os passageiros ou tripulação. A Latam informou que essas ocorrências, conhecidas como bird strikes, impactam consideravelmente a operação aérea, podendo gerar atrasos, cancelamentos e custos extras com manutenção, além de exigir troca de tripulação e deixar motores fora de operação.

A concessionária que administra o aeroporto, Gru Airport, confirmou uma terceira ocorrência relacionada a colisão com ave, mas esclareceu que ela ocorreu fora do sítio aeroportuário, na origem do voo. Nenhum detalhe sobre a aeronave envolvida nesse terceiro caso foi divulgado.

Segundo dados divulgados pela Latam, ao longo de 2024, a companhia registrou 513 bird strikes em seus voos pelo Brasil. Esses números reforçam um alerta frequente do setor aéreo sobre a importância de um controle eficaz da fauna nos arredores dos aeroportos. A média nacional, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), é de aproximadamente dez colisões com aves por dia, sendo seis delas envolvendo aviões da aviação comercial.

Essas colisões representam a segunda principal causa de incidentes aeronáuticos no País, ficando atrás apenas de falhas mecânicas. Um caso semelhante já havia sido registrado em fevereiro deste ano, quando um Airbus A321 da Latam precisou retornar ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após atingir uma ave durante a decolagem. Na ocasião, o nariz da aeronave foi destruído, e o incidente também ocorreu fora do perímetro do aeroporto.

A Gru Airport, por sua vez, destacou em nota que o aeroporto de Guarulhos possui o menor índice de bird strike entre os principais terminais aéreos do Brasil. A concessionária informou ainda que o número de ocorrências caiu 60% em 2024 em comparação com o ano anterior.

Entre as medidas adotadas para prevenção estão o manejo de ovos e ninhos, o controle da vegetação, a remoção de abrigos e poleiros, além do uso de técnicas específicas de afugentamento de aves.