Estudo da UFLA aponta que linhaça e amora podem prevenir perda óssea
Pesquisadores identificam que extratos naturais apresentaram efeitos semelhantes ao estrogênio na preservação da densidade óssea
Por Plox
06/04/2025 08h55 - Atualizado há 18 dias
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) trouxe à tona uma alternativa promissora para a prevenção da perda óssea, especialmente em mulheres que enfrentam a menopausa. A investigação, realizada no Departamento de Medicina da instituição, avaliou os efeitos de extratos de linhaça e de folhas de amoreira em roedores com deficiência estrogênica, condição que simula a menopausa humana.

Coordenada pelo professor Bruno Del Bianco Borges, a pesquisa analisou a resposta do sistema ósseo à administração desses extratos naturais, que são ricos em antioxidantes e compostos fenólicos, alguns deles com propriedades semelhantes ao estrogênio. Segundo o professor, apesar de ser um estudo em estágio inicial, os dados observados apontam para um potencial significativo na prevenção da redução da densidade óssea.
O estudo partiu da realização de ovariectomia em roedores — remoção dos ovários — seguida da divisão dos animais em cinco grupos distintos. Um grupo recebeu apenas solução salina (controle), enquanto os demais foram tratados com extrato de folha de amoreira, extrato de linhaça, a combinação de ambos, ou estrogênio sintético. O objetivo foi comparar a integridade óssea do fêmur dos animais, um dos ossos mais vulneráveis à perda de massa em condições de deficiência hormonal, como as enfrentadas por mulheres na menopausa.
Após um período de 60 dias de suplementação, os resultados foram reveladores. Os animais tratados com os extratos naturais apresentaram densidade óssea e volume ósseo superiores, além de menor porosidade, quando comparados ao grupo controle. A conservação da estrutura trabecular — parte interna do osso — também foi mais eficiente nos grupos tratados com os extratos. Além disso, houve um aumento nos níveis de cálcio, fósforo e magnésio nos ossos dos roedores.
Os efeitos obtidos com os extratos naturais se mostraram semelhantes aos do estrogênio sintético, tratamento comum para perda óssea, mas que carrega controvérsias por já ter sido associado ao desenvolvimento de câncer de mama. Por isso, a pesquisa abre caminho para o uso de alternativas mais seguras e naturais no combate à osteopenia e à osteoporose.
A International Osteoporosis Foundation (IOF) estima que uma em cada três mulheres acima dos 50 anos desenvolverá osteoporose, condição que pode estar diretamente relacionada à queda de estrogênio no organismo após a menopausa ou devido à retirada dos ovários. Com os dados obtidos, os pesquisadores da UFLA sugerem que o uso de linhaça e amora pode representar uma abordagem eficaz e mais segura para esse grupo vulnerável.
Com informações do Portal da Ciência da UFLA.