Piloto que fez delação premiada contra PCC recebe ameaças de morte

Felipe Ramos Morais está sendo escoltado pela polícia

Por Plox

06/05/2021 08h19 - Atualizado há cerca de 4 anos

O piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, de 34 anos, autor de delação premiada contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), desde que saiu da Penitenciária Federal de Campo Grande, precisa de proteção da polícia por ser ameaçado.

Ele deixou a prisão no dia 16 de abril deste ano e, desde então, revela muito medo de morrer. Depois que Felipe fez as delações, a maior liderança financeira do PCC foi deslocada e muitas outras pessoas foram presas. Da fortuna dos integrantes da facção, pelo menos R$1 bilhão foi bloqueado.

Piloto que fez delação premiada contra PCC recebe ameaças de morte
Felipe Ramos Morais depois de fazer delação premiada contra o PCC está sendo ameaçado Foto: Divulgação

Felipe foi o piloto que conduziu, em um helicóptero de Cabelo Duro, narcotraficante da Baixada Santista, os dois líderes do PCC, Gegê do Mangue e Paca, para serem assassinados com tiros em 2018. Passado uma semana do assassinato dos criminosos, Cabelo Duro morreu fuzilado em Tatuapé (SP).

A Justiça do Ceará libertou o piloto da prisão. Ele era acusado de estar envolvido nas mortes de Gegê do Mangue e Paca que ocorreram em Fortaleza. Felipe sofreu tortura por membros do PCC em Guarujá em 2018, um mês antes desses criminosos serem assassinados.

A um site, o piloto declarou nunca ter sido membro da facção: “Eu nunca trabalhei para o PCC nem era integrante da facção criminosa. Eu prestava serviços para o Wagner e fui contratado por ele para fazer um voo no Ceará e transportar duas pessoas. Nem sabia quem era o Gegê nem Paca e muito menos que ambos seriam mortos".

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Ceará afirmam que Cabelo Duro assassinou Gegê e Paca a mando do narcotraficante Fuminho, homem de confiança de Marco Willians Herbas Camacho, considerado o líder maior do PCC.

Felipe se entregou à polícia de Goiás dias depois de ter ocorrido o assassinato de Gegê e Paca. Depois, ele fez delação premiada. Sua libertação da prisão poderia ter acontecido antes se o Ministério Público não tivesse insistido em defender o argumento de que o piloto não tinha acordado a delação com as autoridades.
 

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