Golpistas pedem dinheiro em nome de menino morto em piscina, denuncia pai

Marco Aurélio alerta sobre fraude enquanto arca com todas as despesas do enterro do filho

Por Plox

06/06/2024 10h14 - Atualizado há 3 meses

Kaique Gabriel Lima da Silva, de 4 anos, foi encontrado morto em uma piscina na madrugada de quarta-feira (5). Seu pai, Marco Aurélio de Paula Lima, denuncia que golpistas estão se passando por parentes para pedir dinheiro para o enterro, apesar de todas as despesas já estarem pagas.

Foto: Reprodução

“Estão usando a imagem do meu filho para tirar dinheiro dos outros. Estão fazendo vaquinha para o enterro do meu filho, mas isso não procede. Eu estou custeando tudo. Não pedi dinheiro nem para a minha família. As pessoas estão usando a minha dor para tirar dinheiro de quem tem bom coração”, afirmou Marco Aurélio.

Sepultamento marcado

O sepultamento de Kaique está marcado para a tarde desta quinta-feira (6) no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Golpe nas redes sociais

Nas redes sociais, uma mulher divulga uma vaquinha, pedindo ajuda e fornecendo uma chave Pix para doações. A descrição afirma: "Vamos ajudar o Kaique? Com qualquer valor você estará nos ajudando muito com o enterro dele, e ficaremos muito gratos". O g1 tenta contato com o número indicado para as doações.

A morte de Kaique

Kaique foi encontrado no fundo de uma piscina na comunidade do Rollas, em Santa Cruz. Segundo o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Campo Grande, ele morreu por asfixia mecânica devido ao afogamento.

Investigação em andamento

A 36ª DP (Santa Cruz) investiga como o menino foi parar na piscina sem ser visto. A família afirma que ele estava brincando com outras crianças na noite de segunda-feira (3). A mãe pensou que ele estivesse dormindo na casa de uma tia, já que era um hábito dele.

O delegado Edézio Ramos esclareceu: "Quando se constata que morreu por asfixia, a pessoa que não tem conhecimento sobre o assunto associa diretamente a um crime. Até pode ser, mas não necessariamente. As circunstâncias desse caso ainda não indicam uma conduta criminosa."

Possível negligência

A polícia também investiga possíveis negligências por parte da família e dos responsáveis pelo estabelecimento. O delegado afirmou que a água da piscina estava muito turva, dificultando a visualização do corpo que emergiu depois de um tempo.

Desespero da família

Marco Aurélio, desolado com a morte do filho, descreveu Kaique como um "filho amado, muito carinhoso, meu parceirão". Apesar de separado da mãe de Kaique, ele mantinha contato diário com o filho.

Na noite de segunda-feira (3), Kaique desapareceu por volta das 22h, mas a mãe só percebeu sua ausência às 14h do dia seguinte, quando a irmã foi buscá-lo na casa da tia. A família então iniciou uma busca, vasculhando inclusive o salão de festas onde ele foi encontrado.

Marco Aurélio narrou: “Eu não sei o que aconteceu. A mãe dele me disse que estavam em uma festa de família, em um salão lá do Rollas, e meu filho saiu. Como ele tinha costume de dormir na casa de uma prima que é perto, a mãe dele achou que ele tinha ido para lá. Mas eles só notaram que ele não foi às 14h de ontem [terça], quando a irmã dele foi buscá-lo. A partir daí, passamos a procurá-lo. Fizemos uma força-tarefa, vasculhamos tudo e nada. Inclusive, olhamos no salão de festas onde ele tinha ido.”

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