PM imobiliza pipoqueiro com golpe proibido na Zona Leste de SP

Caso ocorreu durante abordagem policial e está sob investigação

Por Plox

06/06/2024 10h00 - Atualizado há 3 meses

Nesta quarta-feira (5), a Ouvidoria da Polícia solicitou que a Corregedoria da Polícia Militar investigue um PM que foi filmado aplicando um "mata-leão" em um pipoqueiro de 42 anos na rua Vilela, Zona Leste de São Paulo. O golpe, conhecido como “chave cervical”, é proibido em abordagens policiais no estado desde 2020.

Foto: Arquivo Pessoal

Abordagem gravada por moradores

O incidente, registrado na tarde de terça-feira (4), foi filmado por moradores. Nas imagens, o PM imobiliza o vendedor com o golpe, o que gerou revolta entre os presentes.

Foto: Arquivo Pessoal

Uso de spray de pimenta agrava a situação

Claudio Silva, ouvidor da polícia, apontou duas irregularidades na ação: o uso do golpe "mata-leão" e a aplicação de spray de pimenta nos espectadores que filmavam o ocorrido.

"Confiamos na apuração rigorosa do órgão correcional e acompanharemos os desdobramentos do caso até sua conclusão final, pois procedimentos que ferem as práticas da corporação e a dignidade humana precisam ser condenados, inclusive em favor da maioria da força policial, que faz seu trabalho com profissionalismo e respeito à população de nosso estado", afirmou a Corregedoria em nota.

 

Desdobramentos e investigação

Um segundo vídeo mostra o pipoqueiro deitado no chão, cercado por PMs, um deles com o joelho sobre o ambulante. Outro policial usa spray de pimenta nas pessoas ao redor que protestavam contra a abordagem. Viaturas adicionais chegaram logo após.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que os policiais militares realizaram a abordagem, e o pipoqueiro confirmou não ter autorização da prefeitura para trabalhar como ambulante.

"Posteriormente, foi registrado um boletim de ocorrência no 30° Distrito Policial (Tatuapé), como resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal. As partes foram orientadas quanto ao prazo para representação criminal. A Polícia Militar instaurou uma investigação preliminar, que analisará além das imagens da ação, as [imagens] presentes nas câmeras corporais dos policiais", diz a SSP.

Destaques