Grupo paramilitar protegia traficante que escapou da polícia federal: Detalhes da operação
A Polícia Federal acredita que um vazamento de informações foi o que permitiu sua fuga.
Por Plox
06/07/2023 07h16 - Atualizado há mais de 1 ano
Na última quarta-feira, dia 30 de junho, a Polícia Federal lançou uma operação para capturar Antônio Joaquim Mota, também conhecido como "Motinha" ou "Dom". Este indivíduo é apontado como o líder do "Clã Mota", uma organização criminosa com três gerações envolvidas no tráfico de drogas. A operação ocorreu em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai.
"Dom" é suspeito de enviar grandes quantidades de cocaína do Brasil para outros países. A droga saía da fronteira brasileira, era levada aos portos de Santos (SP) e Itajaí (SC) e, posteriormente, despachada para destinos internacionais.
Entretanto, "Dom" conseguiu escapar por pouco da prisão, fugindo em um helicóptero de sua fazenda, localizada no lado paraguaio, na cidade de Pedro Juan Caballero. A Polícia Federal acredita que um vazamento de informações foi o que permitiu sua fuga.
Prisão de Membros do Grupo Paramilitar
Apesar da fuga do líder, a operação resultou na prisão de seis membros do grupo paramilitar que fazia a segurança de "Dom". Entre os presos estavam três indivíduos originários do estado de Minas Gerais. Esse grupo era formado por ex-militares de várias partes do Brasil e do mundo, e eram conhecidos por estarem fortemente armados.
Os Mineiros Detidos
Jefferson Honorato, um dos mineiros detidos, é um militar da reserva, que serviu tanto no Brasil como na França. Em 2020, ele chegou a se candidatar a vereador em Santa Luzia (MG) pelo PDT, mas obteve apenas 28 votos. Honorato também atuava como especialista em operações de segurança marítimas e era dono de uma empresa privada militar. Nas redes sociais, era conhecido como criador de conteúdo sobre armas, com 18 mil seguidores no Instagram e cerca de 10 mil seguidores em outras redes, como Facebook e TikTok. Em defesa de seu cliente, o advogado Dr. Bruno Correa Lemos declarou: "Todos os pontos defensivos serão apresentados ao longo da ação penal e, naturalmente, a verdade real virá à tona".
Victor Gabriel Romeiro, o segundo mineiro, tinha um perfil discreto nas redes sociais. Irmão de um policial penal, era conhecido como "Preto". Ele se apresentava como Instrutor de Armamento e Tiro (IAT) e armeiro. Também era sócio administrador de uma empresa chamada Tigre Clube e Escola de Tiro, localizada em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Entretanto, registros públicos ou endereço da referida empresa não puderam ser localizados pela reportagem de O TEMPO.
Iuri Silva de Gusmão, conhecido como "Légio", foi o terceiro indivíduo de Minas Gerais preso na operação. Esta não foi a primeira vez que Gusmão teve envolvimento com a justiça; em 2011, aos 18 anos, ele foi preso sob suspeita de integrar um grupo neonazista acusado de atacar homossexuais e pessoas negras em Belo Horizonte. Em fotos divulgadas, Iuri aparece armado ao lado de outros membros do grupo paramilitar. Ele também afirma ser especialista em várias técnicas de combate e possui formação universitária como piloto de aeronaves.
Uma Operação com Resultados Parciais
A operação da Polícia Federal teve como objetivo principal a captura de Antônio Joaquim Mota, apontado como um megatraficante de cocaína e líder de uma organização criminosa. Embora ele tenha conseguido escapar, a prisão de seis membros de um grupo paramilitar fortemente armado, incluindo três indivíduos com habilidades e treinamento específico, é um resultado significativo.
A investigação em andamento pode revelar mais detalhes sobre a extensão das operações do "Clã Mota" e o grau de sofisticação do grupo paramilitar responsável pela segurança do líder. A fuga espetacular de "Dom" também levanta questões sobre a segurança das informações e a necessidade de uma coordenação mais eficaz entre as agências de segurança nas operações futuras.