Críticas ao Congresso dominam debate sobre crise do IOF nas redes
Estudo da Quaest revela que maioria das postagens responsabiliza o Legislativo pelo impasse envolvendo o imposto
Por Plox
06/07/2025 11h31 - Atualizado há 1 dia
Entre os dias 24 de junho e 4 de julho, o Instituto Quaest realizou uma análise que identificou uma expressiva reação negativa da população ao Congresso Nacional no contexto da crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Das 4,4 milhões de menções coletadas nas plataformas X, Facebook, Instagram, YouTube, Reddit, Tumblr e em sites de notícias, 61% traziam críticas ao Legislativo. Apenas 11% dos comentários negativos miravam o Executivo.
As postagens neutras representaram 28% do total. Quando o foco foi direcionado especificamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 15% das publicações o mencionaram — destas, 45% foram positivas, enquanto 31% continham teor negativo.
A metodologia usada envolveu o uso de palavras-chave, com monitoramento por API própria da Quaest, permitindo mapear a percepção pública sobre a recente disputa institucional.
Essa tensão ganhou um novo capítulo na última terça-feira (1), quando o governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação contra a decisão do Congresso de derrubar a proposta que alterava a alíquota do IOF.
Em uma coletiva de imprensa no mesmo dia, o deputado José Guimarães declarou que a medida não visava confrontar o Legislativo.
“Respeitamos a decisão do Congresso, mas o Congresso também tem que respeitar as atribuições privativas do Poder Executivo. O Supremo foi chamado para fazer uma declaração de constitucionalidade do decreto que instituiu o IOF, não é para peitar o Congresso, é para preservar as prerrogativas do Executivo”, disse o parlamentar.
Ele também ressaltou a motivação social da medida. “O esforço que estamos fazendo não é chamar o país contra o Congresso. Nossa luta é contra a fome, é para que aqueles que não pagam imposto, paguem, e jamais comprometer aqueles que estão no andar debaixo”, completou Guimarães.
A tensão política em torno do IOF continua a mobilizar reações da sociedade civil, incluindo movimentos sociais que programam manifestações e parlamentares que buscam consenso para evitar o agravamento da crise institucional.