Cúpula do Brics no Rio tem participação reduzida de líderes
Apenas cinco dos onze chefes de Estado dos países-membros comparecem ao encontro; ausências de Xi Jinping e Putin marcam o evento
Por Plox
06/07/2025 11h40 - Atualizado há cerca de 10 horas
Neste domingo, 6 de julho de 2025, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro tornou-se palco da 17ª Cúpula de Líderes do Brics, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro, que se estende até segunda-feira, reúne representantes de países emergentes com o objetivo de discutir temas como multilateralismo, mudanças climáticas e reformas na governança global.

Apesar da importância do evento, a cúpula é marcada por ausências significativas. Dos onze países-membros, apenas cinco enviaram seus chefes de Estado. A China, por exemplo, está representada pelo primeiro-ministro Li Qiang, substituindo o presidente Xi Jinping, que não comparece pela primeira vez desde 2013. Já a Rússia participa por meio de videoconferência com o presidente Vladimir Putin, que evita viagens a países signatários do Tribunal Penal Internacional devido a um mandado de prisão emitido contra ele. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, está presente fisicamente no evento.
Entre os membros fundadores do Brics, além de Lula, participam presencialmente o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Dos novos integrantes, apenas Etiópia e Indonésia enviaram seus líderes máximos. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito optaram por representantes de alto escalão, enquanto o Irã está ausente devido a conflitos regionais.
O evento também conta com a presença de autoridades internacionais, como o secretário-geral da ONU, António Guterres; o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom; e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff. Além disso, Lula convidou 17 chefes de Estado de países parceiros, dos quais oito confirmaram presença, incluindo os presidentes da Bolívia, Cuba, Chile e Uruguai.
As discussões da cúpula giram em torno de temas prioritários para o Brasil, como o financiamento para a transição climática, a adoção de moedas locais no comércio internacional e o desenvolvimento de soluções pacíficas para conflitos. A saúde também está na pauta, com foco no acesso a medicamentos e vacinas, além da eliminação de doenças negligenciadas.
\"Em face do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime de comércio multilateral e reformar a arquitetura financeira internacional\", afirmou o presidente Lula durante o Fórum Empresarial do Brics.
Apesar das ausências, a cúpula representa um passo importante na ampliação e institucionalização do bloco, que busca fortalecer sua influência na governança mundial e promover uma maior cooperação entre os países do Sul Global.