Extrato de café elimina 99% das larvas da dengue, aponta universidade mineira

Pesquisadores da UFLA desenvolvem solução sustentável com subprodutos do café para combater o Aedes aegypti com eficácia próxima de 100%

Por Plox

06/07/2025 11h10 - Atualizado há cerca de 11 horas

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) descobriram que extratos de café verde e torrado, especialmente os de baixa qualidade, podem eliminar até 99,2% das larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.


Imagem Foto: ivulgação / Universidade Federal de Lavras


A pesquisa, que integra o projeto “Aproveitamento de cafés de qualidade inferior para o desenvolvimento de novos produtos e embalagens”, é apoiada pelo Consórcio Pesquisa Café e coordenada pela Embrapa Café. A principal inovação está na chamada “Solução Inovadora 5”, desenvolvida com compostos bioativos extraídos do café por meio de um processo com metanol.


Imagem Foto: ivulgação / Universidade Federal de Lavras


As análises laboratoriais identificaram substâncias como cafeína, ácido cafeico, ácido clorogênico e, no extrato torrado, catequina. Esta última pode estar relacionada à eficácia da fórmula. O extrato CTT, utilizado nos testes, apresentou a maior taxa de mortalidade das larvas — 99,2% em 72 horas. Esse composto já é amplamente empregado em alimentos, cosméticos e pesquisas por sua habilidade de combinar substâncias que normalmente não se misturam.


Imagem Foto: ivulgação / Universidade Federal de Lavras


A coordenadora do estudo, professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, destacou que os compostos isolados não foram tão eficazes quanto em conjunto, indicando um efeito sinérgico. Segundo ela, a iniciativa representa uma alternativa sustentável aos inseticidas tradicionais e exemplifica os princípios da economia circular ao transformar um subproduto agrícola em ferramenta de saúde pública.


Além de reconhecimento científico — incluindo uma premiação nacional, um TCC, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado em andamento — o estudo reúne pesquisadores de várias áreas e conta com colaboração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


A próxima etapa inclui testes com mosquitos resistentes a inseticidas comuns e a análise dos mecanismos de ação dos compostos sobre a fisiologia do inseto. A equipe também pretende patentear a fórmula, mirando a produção em escala industrial.


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