Síndrome respiratória já matou 160% mais que epidemia de dengue em MG

Onda de frio aumenta chance infecções por vírus respiratórios

Por Plox

06/08/2019 12h09 - Atualizado há mais de 4 anos

Com a chegada da queda dos termômetros a temperatura traz ameaças à saúde, que vitimou 2,6 vezes mais pacientes: as doenças respiratórias. Desde janeiro, 2.712 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) foram computados, matando 306 dos infectados (cerca de 160% mais casos fatais que a epidemia provocada pela picada do mosquito Aedes aegypti).

 Como apontam os dados da Secretaria de Estado da Saúde, a associação do frio e tempo seco facilita a transmissão de vírus. Do total de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) registrados de janeiro até ontem, foram confirmados 251 diagnósticos causados por vírus Influenza e 306 por outros vírus respiratórios. 

Associados ao Influenza, predominaram as infecções pelo subtipo H1N1 – 201 registros desde janeiro. Posteriormente, aparece O H3N2 com 18, seguido de diagnósticos de tipo A não subtipável, com 15 registros. 

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também é um dos principais agentes das infecções que atingem o sistema respiratório de crianças que estão sendo amamentadas e das menores de 2 anos, e também vem infectando um grande número em Minas Gerais. Dados da secretaria de estado mostram que foram 279 registros neste ano. Em relação ao último boletim epidemiológico, de 8 de julho, o aumento foi de 25,1%.

Mesmo diante da gravidade do quadro, é a primeira vez que a pesquisa de casos provocados pelo vírus sincicial é computada, sendo possível conhecer a proporção de diagnósticos em que ele se associa à hospitalização por SRAG em Minas. De acordo com a Saúde estadual, anteriormente a identificação de vírus em casos de pessoas internadas com síndrome respiratória aguda grave monitorava apenas Influenza A e B. Este ano, a rotina da Fundação Ezequiel Dias (Funed) passou a incluir em todos os casos de pacientes SRAG hospitalizados a pesquisa de vírus Sincicial Respiratório. 

Desde o início do ano, das 306 mortes por síndrome respiratória aguda grave em Minas, 70 tiveram associação com vírus respiratórios, a maioria por Influenza, 53, sendo 41 pelo tipo A H1N1, que em 2009 provocou uma epidemia mundial de gripe suína, e 17 associados a outros vírus respiratórios. Belo Horizonte é a cidade com o maior número de óbitos: a capital mineira já registra 12 casos fatais, todos por Influenza. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, BH registrou 71 casos de pessoas infectadas por Influenza neste ano. Do total, 61 contágios foram pelo tipo A H1N1, dois por H3N2, sete por tipo A não subtipável e um por Influenza B. “No que se refere a casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), até o momento foram notificados 1.288”, informou a saúde municipal. Depois da capital mineira, a cidade com o maior número de mortes é Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com cinco, seguida de Juiz de Fora, na Zona da Mata, com três.

Atualizada às 15h52

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