Ciro Nogueira descarta apoio ao impeachment de Alexandre de Moraes

Durante uma entrevista concedida ao Conexão Metrópoles nesta quarta-feira (6/8), o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, declarou que não pretende apoiar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar classificou a proposta como 'impossível', alegando que a oposição não reúne os 54 votos necessários para aprovar a medida no Senado.

Foto: Agência Brasil

"Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Porque é uma pauta impossível. Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso", afirmou o senador.

Nogueira também questionou a viabilidade política da proposta, mesmo que houvesse apoio numérico. Segundo ele, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não levaria o tema adiante.

"Eu conheço o presidente Davi. É um poder do presidente do Senado, então essa pauta, eu não vou perder tempo com ela", declarou o senador

A iniciativa de impeachment é liderada por parlamentares da oposição que reagem à decisão recente de Moraes de decretar prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento, considerado prioridade por aliados do ex-chefe do Executivo, encontrou resistência de figuras influentes como Nogueira, que enfatizou o caráter pragmático de sua decisão.

Na terça-feira (5/8), a oposição anunciou uma estratégia de obstrução dos trabalhos no Senado e na Câmara, durante a reabertura das atividades legislativas. Em coletiva de imprensa, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, apresentou o chamado “pacote da paz”, propondo, além do impeachment de Moraes, a concessão de anistia total aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e o fim do foro privilegiado, que segundo o grupo estaria sendo usado para pressionar parlamentares por meio de processos no STF.

As tensões entre os Poderes continuam a marcar o retorno dos trabalhos no Congresso, enquanto figuras-chave da política nacional adotam estratégias distintas para lidar com as recentes decisões do Judiciário e os desdobramentos do cenário político.