Durante uma entrevista concedida nesta quarta-feira (6) à Rádio Itatiaia, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Leite, a medida representa um equívoco jurídico.

Segundo o governador, restringir manifestações de um cidadão, especialmente alguém que já ocupou a presidência da República, por meio de uma decisão individual de um ministro, é uma falha grave no sistema judicial.

“O cerceamento de manifestações de um cidadão, ainda mais um ex-presidente, por decisão monocrática, é erro”

, afirmou Leite, reforçando que sua crítica não se trata de um apoio pessoal a Bolsonaro, mas sim da defesa de princípios democráticos.

Leite também declarou que a decisão deve ser revista, pois fere o devido processo legal e os fundamentos do Estado de Direito. “Essa decisão pode – e deve – ser revista”, declarou enfaticamente.

Na mesma entrevista, o governador comentou a recente aplicação da Lei Magnitsky por parte do ex-presidente norte-americano Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes. Eduardo Leite reprovou a atitude, classificando-a como uma tentativa de ingerência internacional nos assuntos internos do Brasil. “Deve ser repudiada. É uma tentativa de interferência externa nas instituições brasileiras”, disse. Ele concluiu: “Não podemos admitir intervenção de outro país”.