Julgamento de esposa e comparsa por morte de Caio Domingues começa em Timóteo
Crime foi planejado por interesse financeiro e executado com emboscada; acusados podem pegar até 30 anos de prisão
Por Plox
06/08/2025 16h05 - Atualizado há 2 dias
Dois anos após o crime que comoveu o Vale do Aço, o caso do assassinato de Caio Campos Domingues volta aos holofotes com o início do julgamento dos acusados. Nesta quarta-feira (06), o Tribunal do Júri de Timóteo iniciou a sessão que julga Luith Silva Pires Martins, esposa da vítima, acusada de ser a mandante, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, apontado como o executor do homicídio. A promotoria acusa a esposa da vítima de planejar o crime com ajuda de comparsa em troca de R$ 10 mil. O crime ocorreu em 4 de abril de 2023, na zona rural de Jaguaraçu. A reportagem do PLOX acompanha o julgamento direto do Fórum Doutor Geraldo Perlingeiro de Abreu. Confira na Live, as entrevistas do promotor de justiça Jonas Monteiro, do advogado da família de Caio, Inácio de Barros Júnior, da irmã de Caio, Cássia Campos, e do primo Vitor Campos.
Segundo as investigações, Caio foi surpreendido dentro de seu próprio veículo, com o cinto de segurança afivelado, sendo alvejado por disparos de arma de fogo. Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Luith teria conduzido o marido até o local onde João Victor, escondido, os aguardava para executar o plano. O caso é conduzido pelos promotores de Justiça Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro.

A acusação sustenta que a motivação do assassinato foi financeira. Luith, endividada, desejava se apropriar dos bens do companheiro e ainda receber o valor do seguro de vida dele. Para isso, teria prometido R$ 10 mil a João Victor para que realizasse o homicídio.

O plano, segundo os promotores, foi arquitetado com frieza, contando com elementos como traição, emboscada e dissimulação. Depois da execução, Luith teria dado fuga ao cúmplice e retornado ao local para simular um socorro à vítima.

Além disso, os dois teriam forjado um roubo para encobrir o crime, simulando o furto de uma bicicleta presa na traseira do veículo de Caio. Inicialmente, Luith relatou à polícia que ambos haviam sido vítimas de um assalto, versão posteriormente desmentida pelas investigações e provas colhidas.

A sessão de julgamento, presidida pela Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Timóteo, conta com a atuação dos promotores Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. O processo segue em andamento, e os réus podem ser condenados a penas que variam de 12 a 30 anos de reclusão pelo homicídio qualificado. João Victor também responde por posse irregular de arma de fogo, pois o armamento usado no crime foi localizado em sua residência no dia seguinte ao assassinato.