Sergio Moro critica prisão domiciliar de Bolsonaro e aponta censura

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se manifestou publicamente a respeito da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar. Para o parlamentar, a medida é excessiva e agrava ainda mais o clima político e institucional do país.

Durante sua declaração, Moro apontou que a determinação do STF vai além da prisão em si e impõe restrições ao direito de defesa de Bolsonaro, o que considera ainda mais preocupante. $&&$“A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é desnecessária. Mas mais grave do que isso, é essa censura prévia que lhe foi imposta, cerceando o próprio direito de defesa”$, afirmou o ex-juiz, que destacou que nenhum acusado deve ser proibido de se manifestar à imprensa, especialmente antes de ser julgado.

O congressista ainda argumentou que o processo contra Bolsonaro deveria estar tramitando em primeira instância, uma vez que ele já não ocupa mais o cargo de presidente e, portanto, não possui foro privilegiado. “Desde o início, eu tenho dito que o melhor que o Supremo poderia fazer é mandar esse caso para a primeira instância”, declarou, acrescentando que o país tem testemunhado uma sucessão de equívocos que apenas intensificam a crise política.

Moro também aproveitou para relembrar o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando diferenças na condução jurídica dos dois casos. Segundo ele, Lula foi julgado em primeira instância e só foi preso após condenação em segunda instância, com a prisão autorizada pelo próprio STF. “Está na hora de distencionar, de acalmar o país. Essa prisão domiciliar não contribui para o ambiente institucional”, concluiu.

O senador, que teve protagonismo na Operação Lava Jato, utilizou suas redes sociais para reforçar seu posicionamento e criticar o atual momento do sistema judiciário brasileiro, apelando por mais equilíbrio e respeito aos ritos legais.