STF marca confronto entre Mauro Cid e ex-assessor de Bolsonaro para esclarecer minutas golpistas
Ministro Alexandre de Moraes autoriza acareação entre os dois investigados para resolver contradições sobre vigilância de autoridades e planos golpistas
Por Plox
06/08/2025 13h24 - Atualizado há 3 dias
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Marcelo Câmara, ex-assessor direto do ex-chefe do Executivo.

A medida foi determinada nesta quarta-feira (6) pelo ministro Alexandre de Moraes, que atendeu a um pedido da defesa de Câmara. A acareação está agendada para ocorrer no dia 13 de agosto, na sala de audiências do STF, em Brasília.
O objetivo do procedimento é confrontar os dois personagens envolvidos na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022, diante de divergências detectadas nos depoimentos prestados por ambos. Essa prática jurídica serve para esclarecer contradições entre as versões apresentadas por testemunhas ou réus.
Entre os principais pontos de conflito levantados pela defesa de Marcelo Câmara estão as declarações de Cid de que o ex-assessor teria acessado e manipulado minutas de teor golpista, supostamente debatidas em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada.
Outra afirmação considerada contraditória envolve a acusação de que Câmara teria feito o monitoramento constante de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Além disso, Cid afirmou que Câmara tinha conhecimento sobre os motivos dessas ações de vigilância e sua ligação com o grupo conhecido como “kid preto”, representado por Rafael Martins de Oliveira.
Enquanto Mauro Cid figura como delator no núcleo 1 do processo, Marcelo Câmara é réu no núcleo 2 do inquérito, e atualmente está preso sob a suspeita de tentar acessar informações sigilosas referentes à delação de Cid.
Na decisão que autorizou a acareação, Moraes determinou que Marcelo Câmara participe da audiência presencialmente, utilizando tornozeleira eletrônica. O ex-assessor de Bolsonaro também está proibido de manter contato com qualquer pessoa além de seu advogado.