Vídeo: Familiares de Caio Domingues cobram justiça no 1º dia de julgamento em Timóteo

Cassia e Vitor Campos expressam dor e revolta com crime que chocou a cidade; acusados enfrentam júri popular nesta quarta-feira

Por Plox

06/08/2025 09h41 - Atualizado há 3 dias

A manhã desta quarta-feira (06) marcou o início do julgamento de dois acusados pelo assassinato de Caio Campos Domingues, morto em abril de 2023, na zona rural de Jaguaraçu. A sessão, realizada no Fórum Doutor Geraldo Perlingeiro de Abreu, em Timóteo, foi cercada por forte comoção popular. O caso levou familiares e amigos da vítima a se reunirem em frente ao prédio da Justiça desde cedo.

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX




O júri popular está analisando a responsabilidade de Luith Silva Pires Martins, esposa da vítima à época, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, acusado de ser o executor do crime. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, Luith teria tramado o assassinato para receber R$ 10 mil de João Victor, com quem mantinha contato havia seis meses. O crime teria sido motivado por questões financeiras, já que a esposa enfrentava dívidas e o companheiro se recusava a pagá-las.

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Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


Durante a coletiva concedida antes do início da sessão, Cassia Campos, de 34 anos, irmã de Caio, e Vitor Campos, de 31 anos, primo da vítima, relataram a dor que enfrentam desde a morte do familiar. Cassia, emocionada, revelou que estava grávida quando recebeu a notícia e que o filho nunca pôde conhecer o tio.
“Eu acordo pensando nele e durmo pensando nele. São dois anos sem paz”, afirmou.

Vitor também expôs a frieza com que o crime foi cometido e questionou a motivação:
“Ela prometeu dinheiro para matar ele. Tudo foi calculado, filmagens mostram ela passando o dia com o assassino”

. A revolta da família é agravada pelo fato de que a mãe de Caio visita o cemitério todo dia 4, levando flores para o filho.
“A outra família pode visitar a Luith na prisão. A nossa nunca mais vai ver o Caio de novo”, lamentou Cassia.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


Segundo a acusação, o crime ocorreu enquanto Caio estava dentro do carro com o cinto de segurança afivelado. João Victor teria ficado escondido no local, aguardando a chegada do casal, e feito os disparos — um na cabeça e dois no peito. Luith teria dirigido até o ponto da emboscada e, após o assassinato, ajudado na fuga do cúmplice, retornando em seguida para simular socorro.

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX


Ainda conforme o Ministério Público, os réus tentaram forjar um latrocínio, alegando o roubo de uma bicicleta que estava no carro, versão que foi desmentida pelas investigações.


Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


O processo é conduzido pela 3ª Promotoria de Justiça de Timóteo, representada pelos promotores Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro. O crime foi qualificado por múltiplos agravantes: motivo torpe, emboscada, dissimulação, traição, promessa de recompensa e meio que dificultou a defesa da vítima. João Victor também responde por posse irregular de arma, já que o revólver foi apreendido em sua casa no dia seguinte.


O caso tramita na Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Timóteo. Se condenados, os acusados podem pegar entre 12 e 30 anos de prisão pelo homicídio, além das penalidades referentes à arma.



Para a família, a única esperança é que a Justiça seja feita.
“A gente sabe como as coisas funcionam no Brasil. Mas queremos a pena máxima. Porque a vida dele ninguém devolve”, finalizou Vitor, com os olhos marejados.


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