A Justiça deu luz verde para o pedido de recuperação judicial da agência de viagens 123milhas na última quinta-feira. Enfrentando uma dívida de R$ 2,3 bilhões e com 700 mil credores, a empresa está sob a égide do que tem sido chamado de "maior recuperação judicial do Brasil". Segundo Rodrigo Capanema, coordenador do curso de Direito do IBMEC e especialista consultado pela Itatiaia, não existe uma previsão clara de quando os consumidores receberão os reembolsos de suas passagens.

Segunda Seção: Etapas do processo

Capanema detalha que o processo de recuperação judicial é trifásico. A primeira fase, que envolve a aprovação do pedido e a nomeação de um administrador judicial, já foi concluída. "O administrador judicial é responsável por fazer uma análise inicial da situação financeira da empresa e elaborar um plano de recuperação", diz o especialista.

A segunda etapa começa quando o plano de recuperação é aprovado. "É nesse momento que se inicia o pagamento dos créditos, seguindo uma ordem de prioridade", explica Capanema. Caso tudo transcorra como planejado, a terceira etapa será o encerramento do processo e a retomada das atividades empresariais.

Terceira Seção: O futuro incerto para os consumidores

Com a aprovação do pedido de recuperação judicial, a 123milhas terá suas dívidas congeladas por seis meses, prolongando a espera dos consumidores por seus reembolsos. Capanema, embora evite dar um prazo definitivo, afirma que é provável que os consumidores tenham que aguardar por anos. "Dois, três, quatro anos, não me surpreenderia essa situação", declara.

Situação complicada para a 123milhas

Na semana passada, a agência de viagens havia surpreendido seus clientes ao anunciar o cancelamento de pacotes promocionais. A decisão fez com que a empresa rapidamente escalasse para o topo do ranking de empresas mais denunciadas no portal ReclameAQUI. "O cenário é grave", afirma Capanema, "e a tendência histórica sugere que o caminho para a recuperação será longo e árduo".