Lamborghini de R$ 3,8 milhões leva à prisão de Deolane Bezerra em operação contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais
A mãe de Deolane também foi presa durante a operação
Por Plox
06/09/2024 10h57 - Atualizado há 4 meses
A Operação "Integration" revelou um esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais envolvendo a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, além de outras figuras ligadas ao empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte. Entre os itens apreendidos estão helicópteros, joias e diversos veículos de luxo. A mãe de Deolane também foi presa durante a operação.
Compra de carro de luxo e prisão
Em depoimento à polícia, Deolane Bezerra confirmou que comprou um Lamborghini Urus S 2023 por R$ 3,8 milhões de Darwin Henrique da Silva Filho em 2023, o que levantou suspeitas de envolvimento no esquema criminoso. A Polícia Civil indicou que o pagamento à vista e a venda de carros de luxo estão entre os indícios de lavagem de dinheiro proveniente de atividades ilegais, como o jogo do bicho e apostas esportivas.
Bens apreendidos e valores em espécie
Durante a operação, a polícia apreendeu uma vasta quantidade de itens de luxo e valores em espécie, incluindo:
Duas aeronaves e dois helicópteros avaliados em R$ 127 milhões;
Cinco automóveis de luxo totalizando R$ 24.440.196,79;
R$ 439.869 em espécie;
U$ 2.153 dólares americanos (cerca de R$ 12.146,15);
€ 5.819 euros (cerca de R$ 36.372,34);
£ 6.310 libras esterlinas (cerca de R$ 46.567,80);
37 bolsas femininas de luxo;
76 anéis e 17 joias de diversos modelos;
16 relógios de luxo, incluindo 11 da marca Rolex;
Garrafas de vinho avaliadas em cerca de R$ 5 mil cada.
Além disso, vários documentos foram recolhidos para análise e poderão servir como provas no inquérito.
Detalhes da investigação
A investigação teve início em abril de 2023, após a apreensão de R$ 180 mil em espécie na Banca Caminho da Sorte, propriedade de Darwin Henrique da Silva. O Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que aproximadamente R$ 3 bilhões foram movimentados pelo grupo, que utilizava empresas de eventos, casas de câmbio e publicidades para lavar o dinheiro dos jogos ilegais.
A operação está em sua terceira fase e foi deflagrada em seis estados: Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Paraíba e São Paulo. Foram expedidos 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão.
Esquema de lavagem de dinheiro
Segundo as investigações, a organização criminosa utilizava empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavagem de dinheiro por meio de depósitos fracionados, transações bancárias entre investigados e compras de luxo, como veículos, aeronaves e joias. As movimentações financeiras indicam transações atípicas de pessoas físicas e jurídicas, caracterizando crimes financeiros, além de um padrão de vida incompatível com os rendimentos declarados pelos envolvidos.
Prisão de Deolane Bezerra e sua mãe
Deolane Bezerra, natural de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, estava em viagem com a família quando foi presa. Ela e a mãe foram levadas para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) em Recife, e posteriormente transferidas para a Colônia Penal Feminina Bom Pastor. Durante o depoimento, Deolane confirmou que recebia dinheiro da Esportes da Sorte através de contratos de publicidade e relatou a compra do Lamborghini de Darwin Henrique.
Posicionamento das defesas
O escritório da advogada Adélia Soares, que representa Deolane Bezerra e sua mãe, informou que a investigação é sigilosa e que ambas estão à disposição das autoridades. Deolane afirmou nas redes sociais que está sofrendo uma "grande injustiça" e alegou ser vítima de preconceito junto com sua família.
A Esportes da Sorte, por sua vez, reiterou o compromisso com a verdade e a legalidade, afirmando estar aberta para apresentar documentos e esclarecer dúvidas relacionadas à investigação. A empresa se posicionou como transparente e destacou não ter acesso aos autos do inquérito e às razões da ação policial.
Mandados e próximos passos
A operação solicitou o bloqueio gradativo de bens e ativos financeiros avaliados em R$ 3 bilhões. O delegado Renato Rocha, responsável pelo caso, destacou que os próximos passos incluem a análise dos documentos apreendidos para consolidar as provas contra os envolvidos na organização criminosa.