Ministro Silvio Almeida é oficialmente demitido por conta de denúncias de assédio sexual
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, estaria entre as vítimas do ministro dos Direitos Humanos
Por Plox
06/09/2024 19h06 - Atualizado há 4 meses
O presidente Lula decidiu pela exoneração de Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, na noite desta sexta-feira (6). A medida foi tomada após uma série de denúncias graves de assédio sexual contra o ministro. Em reunião no Palácio do Planalto, Lula concluiu que a permanência de Almeida no cargo se tornou insustentável devido à gravidade das acusações. Veja os detalhes direto de Brasília ao vivo na Live.
A Polícia Federal (PF) já iniciou, por conta própria, um protocolo de investigação para apurar as denúncias. Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar para averiguar os fatos e esclarecer as circunstâncias em torno das acusações.
Início das investigações
A Polícia Federal (PF) já iniciou, por conta própria, um protocolo de investigação para apurar as denúncias. Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar para averiguar os fatos e esclarecer as circunstâncias em torno das acusações.
Compromisso com os direitos humanos
O Governo Federal reafirmou seu compromisso com a proteção dos direitos humanos e, em nota, reiterou que "nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada". O caso demonstra a postura firme do governo em relação a qualquer tipo de violação dos direitos humanos, especialmente no que se refere à violência de gênero.
Vídeo com denúncia foi divulgado após exoneração de Almeida do Ministério dos Direitos Humanos
Uma professora e candidata pelo PSB à Câmara Municipal de Santo André, no ABC paulista, divulgou nesta sexta-feira (6) um vídeo em que acusa Silvio Almeida de tê-la tocado sem seu consentimento durante um almoço ocorrido em 2019. Segundo a denúncia, o incidente aconteceu na presença de outras pessoas, antes de Almeida assumir o cargo de ministro dos Direitos Humanos no governo Lula.
“Fui amiga de Silvio de Almeida na ocasião em que ele fazia parte do Conselho Pedagógico da Escola de Governo. Fiz parte dessa Escola como aluna e professora. Dia 03 de agosto de 2019, foi o dia que, em um almoço, onde tinham mais pessoas, sofri violência sexual por parte do ministro. Sentei do lado dele e não sei por qual motivo ele se achou no direito de invadir as minhas partes íntimas sem o meu consentimento. A violência sexual sofrida há cinco anos foi tema em sessões de terapia. Foi tema de conversas com minhas irmãs e amigos mais próximas. Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos, e o motivo maior, foi o medo disso voltar contra mim. Silvio tem o conhecimento da lei e poderia facilmente fazer as coisas mudarem de rumo. O ministro diz não ter materialidade as acusações contra ele. As sessões de terapia. O retorno de minha família, de meus amigos ontem e hoje, ao saber das acusações contra ele materializam a violência que sofri. Ela é objetiva. Aconteceu. Demorou muito para eu tomar essa decisão. Sei porque estou tomando-a. Faço por mim, faço por todas as pessoas, sejam crianças, jovens, adultos, homens ou mulheres que têm seus corpos invadidos. É inadmissível, ocasionam traumas praticamente impossíveis de serem superados. Somo a voz dessas mulheres e de todos que sofrem violência sexual. Tomei a decisão porque essas mulheres estão sendo julgadas como mentirosas, como fazendo parte de um grupo contra o ministro. Faço essa declaração pública pelo compromisso com a verdade e a justiça. Infelizmente o ministro Silvio de Almeida cometeu violência sexual sim. Faço essa declaração pelas mulheres, pelas crianças, pelas pessoas vulneráveis que têm seus corpos invadidos. Não somos objetos. O corpo do outro é um templo sagrado que deve ser respeitado. Deve!!!”