Homens também sofrem com problemas no assoalho pélvico

Disfunções na musculatura pélvica afetam urina, ereção e intestino, e ainda são pouco reconhecidas pelos homens

Por Plox

06/09/2025 08h40 - Atualizado há 2 dias

A saúde do assoalho pélvico costuma ser associada às mulheres, especialmente por conta das alterações provocadas pela gravidez, parto ou menopausa. No entanto, essa estrutura também é fundamental para o bem-estar dos homens, sendo responsável por dar suporte à bexiga, à uretra, ao reto e à próstata.


Imagem Foto: FREPIK


Os sinais de que algo não vai bem nessa musculatura podem surgir de forma sutil, mas comprometem significativamente a qualidade de vida masculina. Entre os sintomas mais comuns estão escapes involuntários de urina, dor ao ejacular ou durante a ereção, dificuldade para começar ou manter o fluxo urinário, sensação de evacuação incompleta e constipação intestinal.



De acordo com o urologista Leonardo Borges, do Hospital Israelita Albert Einstein, “a musculatura do assoalho pélvico é essencial para a continência urinária e fecal, além de estar diretamente ligada à função erétil, ejaculatória e ao bom funcionamento intestinal”. Ele alerta que o enfraquecimento, a rigidez excessiva ou a falta de coordenação dos músculos pélvicos pode gerar sintomas incômodos e persistentes.


\"Quando a musculatura está enfraquecida, tensa demais ou descoordenada, surgem sintomas que podem comprometer seriamente a qualidade de vida do homem\", afirma Borges.

Uma pesquisa publicada no Journal of Women’s & Pelvic Health Physical Therapy confirmou a falta de conhecimento masculino sobre o tema. No estudo, 32% dos 479 participantes, com idades entre 25 e 34 anos, relataram algum grau de disfunção urinária — muitas vezes sem relacionar isso ao assoalho pélvico.


Grande parte dos distúrbios ocorre por desequilíbrios musculares. Em alguns casos, os músculos ficam frouxos, como em pacientes que passaram por cirurgia de próstata. Em outros, ficam excessivamente tensionados, resultado comum do sedentarismo, estresse crônico, má postura ou esforços repetitivos de alto impacto.



O diagnóstico parte da avaliação clínica, incluindo a anamnese e exame físico. Se necessário, o médico pode solicitar exames como ultrassonografia da pelve, estudo urodinâmico ou ressonância magnética para identificar com precisão o tipo de disfunção.


O tratamento é multidisciplinar, exigindo a colaboração entre urologistas e fisioterapeutas especializados. A fisioterapia pélvica masculina é uma das principais ferramentas nesse processo, promovendo tanto o fortalecimento quanto o relaxamento da musculatura, de acordo com a necessidade de cada paciente. Borges destaca: “Quanto mais cedo for iniciado, melhores os resultados. O segredo está em identificar corretamente o tipo de disfunção, o que exige uma avaliação especializada”.



Há também medidas preventivas simples, que ajudam a manter a saúde dessa região. Evitar reter urina por longos períodos, tratar constipações crônicas, corrigir a postura, fazer pausas após permanecer muito tempo sentado, manter o peso corporal equilibrado e evitar carregar peso em excesso são atitudes que fazem diferença no dia a dia.



A conscientização sobre a importância do assoalho pélvico para os homens ainda é baixa, mas essencial para garantir uma vida mais saudável, livre de desconfortos e com melhor desempenho nas funções urinárias, intestinais e sexuais.


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