Trump considera restrições que podem atingir delegação brasileira na ONU

Documento obtido pela imprensa revela que Brasil entrou em lista de países sob possível limitação de vistos diplomáticos nos Estados Unidos.

Por Plox

06/09/2025 23h40 - Atualizado há 3 dias

Um memorando interno da Casa Branca, revelado pela agência Associated Press, aponta que os Estados Unidos estudam medidas para limitar a concessão de vistos diplomáticos. Essas ações, sob avaliação do governo de Donald Trump, poderiam reduzir a mobilidade de representantes estrangeiros em território americano, afetando diretamente delegações que participam de eventos na sede da ONU, em Nova York.


Imagem Foto: Presidência


Entre os países citados no documento está o Brasil. Embora ainda não esteja claro quais integrantes da comitiva seriam impactados, a possibilidade levantou atenção, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tradicionalmente abre os discursos da Assembleia-Geral das Nações Unidas, seguido pelos Estados Unidos.



O texto também menciona outras nações sob análise, como Irã, Sudão e Zimbábue. No caso iraniano, as propostas vão além da mobilidade: há a sugestão de proibir o acesso de diplomatas a redes atacadistas como Costco e Sam’s Club sem autorização do Departamento de Estado, locais usados para adquirir produtos em grande escala e enviá-los ao país. Apesar disso, o documento não especifica quando as restrições poderiam entrar em vigor.



Curiosamente, a Síria recebeu tratamento distinto. Após a queda do regime de Bashar al-Assad em 2024, a delegação síria obteve dispensa especial das limitações que vigoravam há mais de uma década, em linha com os esforços de reaproximação conduzidos por Washington.



Fontes ligadas à administração Trump afirmam que a inclusão do Brasil no radar das restrições está relacionada ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Segundo essas fontes, a possível medida seria uma forma de retaliação, embora ainda esteja em avaliação.



Até agora, o Departamento de Estado dos EUA não comentou o teor do memorando. As missões permanentes do Brasil e do Irã na ONU também não responderam aos questionamentos feitos pela imprensa.


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