Brasil poderia liderar produção de hidrogênio verde, diz especialistas

O País precisa aproveitar as oportunidades da transição para uma nova economia sustentável

Por Plox

06/10/2021 14h12 - Atualizado há quase 4 anos

O hidrogênio produzido com a utilização de fontes de energia renováveis, como eólica e solar, é considerado essencial para o cumprimento dos compromissos assumidos no Acordo de Paris. O objetivo é substituir os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e garantir a estabilização do aumento da temperatura média global, de modo a evitar uma catástrofe climática em escala planetária.

Segundo o gerente de Inovação, Energia e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Ansgar Pinkowski, os países desenvolvidos se comprometeram a descarbonizar suas economias até 2050, mas não têm fontes renováveis de energia em quantidade suficiente para fazer isso.

Por esse motivo, na avaliação de Pinkowski, a rota da energia no mundo vai mudar radicalmente nos próximos anos. “Novos países vão se colocar como players na produção e comercialização de hidrogênio verde, e o Brasil pode ser um desses atores”, afirmou. De acordo com ele, até 2030 serão realizados em todo o mundo investimentos da ordem de 140 bilhões de euros em empreendimentos limpos.

“No Brasil, esse movimento ainda é muito tímido”, ponderou. Por isso, ele defendeu a sensibilização da sociedade como um todo e do Poder Legislativo, em particular, para a necessidade de desenvolvimento de uma nova economia sustentável. “Ninguém vai querer comprar hidrogênio do Brasil se o País não fizer sua transformação energética interna”, alertou.

Conforme o diretor de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, o Plano Nacional de Energia considera o hidrogênio como tecnologia disruptiva. O Programa Nacional do Hidrogênio insere esse novo combustível no planejamento energético de longo prazo, baseado na interação entre governo, universidades e indústrias.

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