Brasil importa antídoto para conter intoxicações por metanol

Ministério da Saúde vai receber 2.600 frascos de Fomepizol para tratar casos causados por bebidas adulteradas

Por Plox

06/10/2025 10h13 - Atualizado há 6 dias

Diante do crescente número de contaminações provocadas pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, o Brasil dará um passo emergencial no enfrentamento dessa crise: 2.600 frascos do medicamento Fomepizol, essencial no tratamento dessas intoxicações, serão destinados ao Ministério da Saúde.


Imagem Foto: Hermes Pardini/Divulgação


A importação foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após solicitação do próprio Ministério, e será viabilizada por meio de parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Entre os frascos que chegarão ao país, 2.500 serão adquiridos pelo governo brasileiro, enquanto outros 100 serão doados diretamente pelo fabricante japonês do produto.



O Fomepizol ainda não é vendido comercialmente no Brasil, o que levou a Anvisa a abrir um edital em busca de fornecedores em potencial e a consultar autoridades sanitárias de outros países para confirmar em quais regiões o medicamento já é aprovado. A definição do prazo para entrega dos lotes será feita por meio de negociações entre o governo e o produtor.


\"O antídoto é um dos principais recursos para tratar intoxicações por metanol, que têm origem no consumo de bebidas adulteradas e vêm alarmando as autoridades de saúde em todo o território nacional\", informou o Ministério da Saúde.

Até agora, os registros apontam para 225 ocorrências relacionadas à substância: 16 já foram confirmadas como intoxicação por metanol e outras 209 seguem sob investigação. Entre esses casos, 15 pessoas morreram, sendo que 13 óbitos ainda estão sendo analisados para confirmação da causa.



Além da chegada do Fomepizol, o Ministério da Saúde informou que também está atuando para reforçar o estoque de etanol farmacêutico, outro componente fundamental no tratamento desse tipo de envenenamento. A medida visa garantir que o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha recursos suficientes para atender aos pacientes afetados.


A preocupação com a disseminação de bebidas adulteradas já levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a acionar empresas como a Meta, solicitando a remoção de anúncios que comercializam insumos usados na falsificação de bebidas.



O cenário exige resposta rápida e estruturada por parte das autoridades, diante da ameaça à saúde pública representada pelas intoxicações em massa causadas por metanol.


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