Eduardo Bolsonaro critica decisão de Moraes e diz que STF tenta barrar sua candidatura em 2026
Deputado reagiu à determinação do ministro Alexandre de Moraes para que a PGR analise pedido de prisão por coação no curso do processo
Por Plox
06/10/2025 11h12 - Atualizado há 3 dias
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um prazo de cinco dias para se manifestar sobre um pedido de prisão contra o parlamentar. A medida foi solicitada em uma ação movida pelo PT e pelo PSOL, que acusam Eduardo de coação no curso de processo.

A ação questiona a suposta atuação do deputado em defesa de sanções do governo dos Estados Unidos com o objetivo de interferir no julgamento dos investigados por tentativa de golpe militar — entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes, relator de inquéritos relacionados aos atos antidemocráticos, solicitou a análise formal da PGR sobre o caso antes de qualquer decisão judicial.
Residente nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano, Eduardo Bolsonaro reagiu com críticas à decisão. Em postagem nas redes sociais, escrita em inglês, o parlamentar afirmou que a medida tem motivação política e busca inviabilizar sua candidatura nas eleições presidenciais de 2026.
“Depois que Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão, adivinhe quem eles querem prender agora? As eleições presidenciais brasileiras são em 2026 e o Supremo Tribunal Federal não quer um Bolsonaro nas urnas”, escreveu.
A declaração repercutiu entre aliados do ex-presidente, que apontam perseguição judicial contra a família Bolsonaro. Já entre juristas, a medida do STF é vista como parte dos procedimentos normais de apuração de possíveis crimes cometidos por autoridades com foro privilegiado.
Fontes próximas ao Supremo afirmaram que a solicitação de Moraes não implica, neste momento, em um pedido formal de prisão, mas apenas na verificação da procedência das acusações feitas pelos partidos. Caso a PGR entenda que há indícios consistentes, o órgão poderá solicitar ao STF a adoção de medidas cautelares, incluindo eventual prisão preventiva.
Eduardo Bolsonaro permanece fora do país e não há confirmação sobre seu retorno ao Brasil. Ele tem mantido uma rotina ativa nas redes sociais, onde frequentemente comenta temas da política brasileira e faz críticas à atuação do Supremo. A defesa do parlamentar informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão de Moraes e que se manifestará após análise do caso.
O episódio amplia o clima de tensão entre o STF e a família Bolsonaro, que já enfrenta diversos processos e condenações. Analistas avaliam que a disputa pode ganhar contornos eleitorais nos próximos meses, especialmente diante da aproximação da corrida presidencial de 2026.
Enquanto isso, a PGR deve se pronunciar até o fim da próxima semana sobre o pedido apresentado pelos partidos. O parecer será decisivo para definir se o STF dará prosseguimento às medidas investigativas ou arquivará o caso contra o deputado.