Exames descartam intoxicação por metanol no caso Hungria

Após dias de apreensão, os exames realizados no cantor Hungria descartaram qualquer contaminação por metanol ou seus derivados. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (6) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante entrevista ao portal Metrópoles.

Hungria havia sido internado na última quinta-feira (2) com suspeita de intoxicação após apresentar sintomas como visão turva, dor abdominal, náuseas e forte cefaleia. A suspeita inicial era de que ele tivesse ingerido bebidas adulteradas com metanol, porém, essa hipótese foi afastada tanto pelos exames clínicos quanto por laudos periciais da Polícia Civil do Distrito Federal.

Segundo Padilha, o Ministério da Saúde colaborou para acelerar o acesso do artista a um centro de referência em toxicologia do SUS. \"Já havia sido solicitado o exame para detecção de metanol pela rede privada, mas o ministério auxiliou no acesso a um centro de referência do SUS, que realizou o teste mais rapidamente, descartando a presença da substância. Foi descartada também a presença de derivados do metanol, como o ácido fórmico, que é o que causa danos ao sistema nervoso central\", explicou.

O cantor recebeu alta neste domingo (5) e publicou uma mensagem de gratidão nas redes sociais:

“Obrigado, meu Deus, e abençoe quem ainda luta pela vida naquele lugar”

. De acordo com o boletim médico, ele apresentou excelente evolução clínica e continuará sob acompanhamento ambulatorial.

Durante o sábado (4), o tratamento com hemodiálise foi suspenso, evidenciando melhora no quadro. O médico responsável, Dr. Leandro Machado, comentou que o cantor chegou ao hospital com visão embaçada, mas que a rápida intervenção impediu sequelas permanentes. \"Ele não vai ter nenhuma sequela. Ele iniciou com uma turvação visual no começo, mas como tudo foi feito muito rápido, felizmente, ele não ficou com sequelas, que esse era nosso maior medo\", afirmou.

O especialista ressaltou ainda que a confirmação de intoxicação por metanol exige exames que podem levar entre cinco e sete dias para ficarem prontos, com possibilidade de falsos negativos. Apesar disso, tanto os testes clínicos quanto as análises das bebidas consumidas por Hungria descartaram a presença da substância.

Horas antes de ser internado, o cantor havia consumido vodca na casa de um amigo, em Vicente Pires. As bebidas, compradas em uma distribuidora da região, foram analisadas pela perícia criminal da PCDF, que emitiu laudo na sexta-feira (3) confirmando a ausência de metanol nas amostras fornecidas.