Bolsonaro declara apoio a Trump e afirma estar inelegível "sem ter cometido crime"
Ex-presidente brasileiro endossa candidatura de Trump e critica censura e terrorismo no cenário atual
Por Plox
06/11/2024 08h39 - Atualizado há cerca de 1 mês
Em um vídeo divulgado no último domingo (3), Jair Bolsonaro expressou seu apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato republicano, Donald Trump. Bolsonaro, que está inelegível no Brasil até 2030 devido a condenações por abuso de poder político, declarou que Trump representa "a certeza de um mundo melhor" e defendeu que uma nova vitória do líder republicano traria "paz" e "retorno da liberdade".
No vídeo, Bolsonaro se apresentou como um líder que, segundo ele, enfrenta uma inelegibilidade injusta. “Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, inelegível sem ter cometido um crime sequer. Estamos juntos”, declarou, ao mesmo tempo em que desejou sucesso ao republicano "em nome dos brasileiros que amam a Deus, amam o Estado de Israel, respeitam a família, a propriedade privada, o livre-comércio e a liberdade de expressão."
Liderança conservadora e promessa de paz
Para Bolsonaro, Trump é atualmente "o maior líder conservador" do cenário internacional. Ele também elogiou o ex-presidente americano por, segundo ele, garantir estabilidade mundial e reduzir conflitos armados enquanto esteve no cargo. “Em seu governo, os Estados Unidos projetavam poder. Não tivemos guerras e a paz se fez presente em todo o globo. Hoje, vemos guerras, a volta do terrorismo e a censura aprisionando a todos. A volta de Trump é a certeza de um mundo melhor, sem guerras, terrorismo e o retorno da liberdade em toda a sua plenitude", afirmou Bolsonaro, referindo-se à atual situação global como um período marcado por conflitos e restrições à liberdade.
Condenação e inelegibilidade de Bolsonaro
Bolsonaro enfrenta uma inelegibilidade que se estende até 2030, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido de canais de comunicação, devido a uma reunião em que questionou a segurança das urnas eletrônicas diante de diplomatas. Além disso, Bolsonaro sofreu outra condenação por abuso de poder econômico e conduta vedada nas comemorações de 7 de Setembro de 2022, quando ainda estava à frente do governo. Essas decisões do TSE o afastaram das próximas eleições no Brasil, o que ele mencionou em seu vídeo de apoio a Trump como uma consequência injusta.
Lula e o apoio a Kamala Harris
Em contraste com a posição de Bolsonaro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou seu apoio à vice-presidente americana e candidata democrata, Kamala Harris, na última sexta-feira, 1° de novembro. Em entrevista à emissora francesa TF1, Lula ressaltou que a eleição de Kamala seria positiva para a democracia nos Estados Unidos, mencionando os atos de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para tentar impedir a formalização da vitória de Joe Biden. Lula afirmou que a eleição de Kamala Harris é "muito mais seguro para fortalecer a democracia nos EUA" e criticou a postura de Trump no fim de seu mandato, descrevendo o episódio do Capitólio como um evento que abalou a imagem dos Estados Unidos como um modelo democrático.