Donald Trump vence as eleições e volta à presidência dos EUA ao derrotar Kamala Harris
Ex-presidente retorna ao cargo após vitória surpreendente sobre Kamala Harris e promete mudanças em temas internos e externos dos EUA.
Por Plox
06/11/2024 08h08 - Atualizado há cerca de 2 meses
Donald Trump conquistou a presidência dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6), conforme anunciaram os principais veículos de imprensa do país, derrotando a democrata Kamala Harris em uma disputa marcada por incertezas e forte polarização. O resultado final foi projetado pela CNN, que apontou a vitória de Trump com 276 votos no Colégio Eleitoral, enquanto ele ainda liderava em todos os sete Estados decisivos.
Em seu discurso, feito na Flórida ao lado de sua família, Trump afirmou que o povo americano concedeu a ele um "mandato sem precedentes". Aos 78 anos, ele retorna ao comando da Casa Branca em uma reviravolta histórica, superando a marca de 68 milhões de votos populares contra 62,9 milhões de Kamala Harris. Esta é a primeira vez desde 2004 que um republicano vence tanto no Colégio Eleitoral quanto no voto popular, desempenho superior ao de sua primeira eleição em 2016.
Apoio ampliado e base republicana fortalecida
A campanha de Trump apresentou uma estratégia de aproximação com eleitores negros e latinos, especialmente jovens homens, o que se refletiu em um aumento de apoio nesses grupos, segundo as pesquisas de boca de urna. Na Flórida, estado crucial para a disputa, Trump conseguiu virar a região de Miami, dominada pelos republicanos pela primeira vez desde 1988. A base de apoio republicana também se fortaleceu no Senado, onde o partido retomou a maioria com 51 cadeiras.
Além da vitória no Legislativo, Trump ampliou sua presença até mesmo em áreas tradicionalmente democratas, como Nova York e os subúrbios, onde conseguiu equilibrar a disputa. Com uma base congressista mais coesa e a Suprema Corte de maioria conservadora, o ex-presidente retorna com maior liberdade para implementar suas políticas.
Promessa de mudanças econômicas e imigração rigorosa
Em sua campanha, Trump defendeu uma política econômica voltada ao alívio fiscal, com promessas de isenção de impostos para aposentados e gorjetas, além de uma redução na carga tributária e políticas de imigração mais rígidas. Em meio à insatisfação dos americanos com a alta da inflação durante o governo de Joe Biden, o ex-presidente focou na retomada do poder de compra, uma lembrança valorizada por boa parte do eleitorado.
Trump ainda se comprometeu com o aumento das tarifas de importação e a realização de uma deportação em massa, colocando a questão migratória como um dos focos de sua administração. A crise internacional também foi um ponto central em sua campanha, com promessas de encerrar conflitos globais rapidamente, inclusive no Leste Europeu e Oriente Médio.
Aliados atentos ao retorno de trump
A eleição trouxe novas perspectivas para o futuro do Partido Republicano, agora mais alinhado ao movimento "Maga" (Make America Great Again). Trump é visto como um líder incontestável da ala conservadora, mas seu vice, o senador J.D. Vance, desponta como uma figura promissora para a sucessão, especialmente por suas convicções conservadoras e populistas.
No cenário internacional, a Europa acompanha com cautela o retorno de Trump, que já criticou o apoio americano à Otan e pediu maior contribuição dos aliados. A postura crítica do republicano quanto à organização militar coloca os países europeus em estado de alerta, diante das tensões com a Rússia.
Proteção contra processos judiciais
A vitória de Trump também traz implicações legais para o ex-presidente, que enfrenta processos em diversas frentes. Com o controle do Departamento de Justiça, é esperado que algumas ações, especialmente as federais, sejam arquivadas, enquanto casos estaduais, como na Geórgia, podem ficar em suspenso. Trump também enfrenta uma condenação envolvendo a atriz Stormy Daniels, mas especialistas apontam que dificilmente enfrentará penas severas.
Este retorno à Casa Branca marca uma trajetória rara na política americana, repetindo o feito de Grover Cleveland, o único outro presidente a conquistar dois mandatos não consecutivos. Trump inicia agora sua segunda administração, trazendo uma agenda que promete transformar profundamente a política interna e externa dos Estados Unidos.