Política
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COP30 propõe novo modelo global de financiamento climático

Documento apresentado prevê US$ 1,3 trilhão anual para transição energética e defende novas taxas e impostos para apoiar países em desenvolvimento.

06/11/2025 às 14:24 por Redação Plox

A presidência da COP30 apresentou nesta quarta-feira um documento com propostas para viabilizar o financiamento global da transição energética e de ações para adaptação às mudanças climáticas. As medidas serão oficialmente discutidas durante a Conferência do Clima da ONU, que acontecerá em Belém a partir da próxima semana.

COP30, realizada em Belém, sugere a implementação de impostos sobre jatinhos, iates, itens de luxo e grandes fortunas para apoiar a transição energética

COP30, realizada em Belém, sugere a implementação de impostos sobre jatinhos, iates, itens de luxo e grandes fortunas para apoiar a transição energética

Foto: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil


Proposta mira arrecadação trilionária contra a crise climática

O texto, batizado de “Mapa do Caminho” e elaborado em parceria com a presidência da COP29, aponta a necessidade de captar US$ 1,3 trilhão anuais para apoiar países, sobretudo em desenvolvimento, na substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia, além de financiar projetos que reduzam o impacto das mudanças climáticas.

Entre as sugestões, está a criação de uma taxação global sobre o transporte particular aéreo e marítimo, atingindo jatinhos e iates, que costumam ter alta emissão de poluentes. Estima-se que essa medida poderia gerar até US$ 223 bilhões em recursos.

Setores de luxo, grandes fortunas e mercados financeiros também estão na mira

O documento ainda recomenda tributar artigos de moda de luxo, produtos militares e tecnologia, o que pode render até US$ 112 bilhões em arrecadação. Outra proposta envolve o chamado imposto sobre grandes fortunas, já implementado em alguns países da Europa e apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além disso, o plano sugere a adoção de um imposto sobre transações financeiras no mercado de ações e títulos, principalmente em países desenvolvidos, e a implementação de uma tarifa sobre o carbono. O texto destaca, ainda, a recomendação para que essas nações destinem 0,7% da Renda Nacional Bruta ao financiamento da transição.

Financiamento climático divide países em cúpulas internacionais

O financiamento climático costuma ser o principal entrave nas negociações durante as COPs, gerando impasses entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento.

Na COP29, realizada em Baku, os países ricos concordaram em aportar US$ 300 bilhões por ano, valor considerado insuficiente por países emergentes, que defendem a meta de US$ 1,3 trilhão. A proposta de aumento nos recursos, porém, foi vista como inviável pelos países desenvolvidos.

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