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Política
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Contradições marcam discurso ambiental de Lula na COP 30
Presidente reafirma compromisso climático, mas apoio à exploração na Foz do Amazonas gera críticas e expõe desafios do governo federal
06/11/2025 às 13:53por Redação Plox
06/11/2025 às 13:53
— por Redação Plox
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O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura da COP 30, realizado em Belém, reafirmou o compromisso do Brasil com a transição energética e o fim da dependência dos combustíveis fósseis. Apesar do tom otimista e dos apelos por transformações profundas, a política do governo em relação à exploração de petróleo na Foz do Amazonas expõe uma contradição em meio às negociações internacionais sobre o clima.
Defesa do desenvolvimento sustentável e reação governamental
Lula destacou a necessidade de um desenvolvimento mais justo e de baixo carbono. No entanto, a presença de uma sonda de perfuração da Petrobras na Margem Equatorial indica o apoio de parte do governo, como o Ministério de Minas e Energia e parlamentares do Norte, ao avanço da exploração petrolífera. Para esses setores, a atividade representa uma fonte estratégica de recursos e pode impulsionar o financiamento para a chamada transição verde. O tema, porém, segue gerando divergências internas.
Presidente Lula fala na cerimônia de abertura da COP 30
Foto: Presidência
Impasses ambientais e resistência interna
No Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a proposta enfrenta resistência. O Ibama, em 2023, negou o licenciamento para a perfuração, relatando falhas nos estudos de impacto ambiental e riscos à biodiversidade marinha. Apesar disso, a Petrobras reapresentou a solicitação, defendendo que a operação pode ser segura. Ambientalistas manifestam preocupação com a possibilidade de desastre em uma área próxima ao bioma amazônico e ainda pouco conhecida do ponto de vista ambiental. A disputa entre interesses ambientais e energéticos explicita o dilema brasileiro em conciliar liderança internacional no clima com sua economia baseada em fontes fósseis.
Críticas e cobranças durante a COP 30
Entre as reações ao posicionamento de Lula, organizações ambientalistas apontam incoerências entre o discurso oficial e as iniciativas na região da Foz do Amazonas. Para esses grupos, a COP 30 precisa garantir compromissos concretos para conter a expansão dos combustíveis fósseis e avançar na transição energética, com protagonismo de povos indígenas e comunidades tradicionais.
As palavras do presidente Lula sobre preservar a Amazônia e o poder da mobilização coletiva por justiça social são verdadeiras – mas precisam ser acompanhadas de coragem. Há uma profunda contradição entre convocar o mundo a proteger nossa casa comum e, ao mesmo tempo, aprovar nova perfuração de petróleo na Foz do Amazonas. Esta é, de fato, a ‘COP da verdade’, e essa verdade exige ação: a COP30 precisa entregar compromissos e prazos concretos para encerrar a expansão dos combustíveis fósseis e construir uma transição energética verdadeiramente justa, liderada por povos indígenas e comunidades tradicionais.
Ilan Zugman, diretor da 350.org para a América Latina e Caribe
Licenciamento e divergências recentes
No mês anterior ao evento, o Ibama concedeu licença para pesquisa exploratória da Petrobras na região da Foz do Amazonas, com previsão de cinco meses de duração. O objetivo é coletar informações geológicas e avaliar a viabilidade econômica da extração de petróleo e gás. Lula defendeu a autorização em entrevista recente, alegando se tratar de uma etapa técnica. De acordo com o presidente, caso haja exploração comercial no futuro, será exigido novo processo de licenciamento.
Desafios para consolidar liderança ambiental
A situação evidencia a principal tensão da política ambiental brasileira: a dificuldade de transformar discursos em práticas efetivas, principalmente em um contexto em que a economia ainda depende de fontes fósseis. Em Belém, a chamada “COP da verdade” escancarou esse desafio para o governo federal.
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