Os animais de estimação desempenham um papel cada vez mais importante na vida de muitas pessoas, chegando a influenciar até mesmo os relacionamentos amorosos de seus tutores. Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos aponta que a ligação entre humanos e pets pode ser determinante na hora de um namoro.

Preferência por quem gosta dos pets

De acordo com levantamento feito pela MetLife Pet Insurance em maio de 2025, 81% dos entrevistados afirmaram que não se relacionariam com alguém que não gostasse do próprio animal de estimação. O estudo, que envolveu 1.000 donos de pets, mostrou ainda que 87% dos participantes estariam dispostos a abrir mão de um apartamento caso o local não aceitasse animais.

O papel dos animais nos relacionamentos

Para boa parte dos tutores, os pets fornecem suporte emocional tão importante quanto – ou até mais do que – outras relações humanas. Permanecer ao lado do animal é prioridade, a ponto de 66% dos donos colocarem o bem-estar do pet acima dos próprios desejos, priorizando consultas veterinárias e conforto dos animais.

A intensidade desse vínculo emocional também se expressa nos pequenos gestos do dia a dia. Segundo o estudo, 57% dos tutores dizem “eu te amo” para seus pets diversas vezes ao longo do dia. Já cerca de 80% sentem que recebem mais apoio emocional dos cães ou gatos do que de seus últimos relacionamentos.

Tecnologia e curiosidades do vínculo afetivo

Chamou atenção na pesquisa o uso da tecnologia no afeto pelos animais: 31% dos entrevistados afirmaram que usariam inteligência artificial para criar uma versão humana de seus pets – e até se envolveriam romanticamente com esse resultado. Entre os que namorariam a versão humana do bichinho, destacou-se o grupo das gerações Y e X, enquanto a geração Z apareceu em menor proporção.

Outro dado curioso: 39% dos donos acreditam que, se seus animais fossem pessoas, seriam uma “red flag ambulante”, ou seja, sinal de alerta em um possível relacionamento. E metade dos entrevistados afirmou que abriria mão até mesmo de uma semana a mais de férias pagas para priorizar o pet em situações de emergência.

Impacto geracional e conexão única

A pesquisa também indicou que mais de um terço dos participantes depende mais da companhia dos pets do que de qualquer outra relação humana – número ainda mais expressivo entre a geração Z.

Para a psicoterapeuta Renata Rom, da Universidade de Saskatchewan, a pesquisa evidencia o avanço da humanização dos animais de estimação. Ela alerta, entretanto, para a importância de reconhecer os limites dessa relação apontando que:

Renata Rom Ao mesmo tempo em que os pets oferecem acolhimento e apoio genuínos, não podemos ignorar os riscos de projetar neles expectativas que pertencem às relações humanas. Reconhecer essa diferença é essencial para que esse vínculo seja saudável.

Os dados mostram como os laços afetivos com cães e gatos vêm se aprofundando, influenciando decisões, prioridades e até a busca por novas tecnologias. Para inúmeras pessoas, as necessidades dos pets já ocupam o centro da vida afetiva, ultrapassando as fronteiras entre o cuidado animal e as relações humanas.